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União Europeia fará compras conjuntas de gás natural por causa da guerra

O presidente francês Emmanuel Macron gesticula enquanto fala com a mídia após a cúpula dos líderes da União Europeia - Johanna Geron/Reuters
O presidente francês Emmanuel Macron gesticula enquanto fala com a mídia após a cúpula dos líderes da União Europeia Imagem: Johanna Geron/Reuters

25/03/2022 19h15Atualizada em 25/03/2022 19h15

A Comissão Europeia, executivo da UE (União Europeia), recebeu nesta sexta-feira (25) o mandato dos 27 países do bloco para realizar compras conjuntas de gás natural, a fim de conter a alta de preços potencializada pela guerra na Ucrânia, informou o presidente francês, Emmanuel Macron.

"Decidimos, pela primeira vez, que a Comissão Europeia terá um mandato para compras conjuntas, que é exatamente o que decidimos, como lembraram, sobre as vacinas" contra a covid-19, afirmou Macron em coletiva de imprensa.

"A compra conjunta, a capacidade de definir juntos os contratos no longo prazo, é a melhor ferramenta para reduzir o preço do gás", acrescentou.

As discussões sobre energia dominaram o dia final de uma cúpula europeia de dois dias, cuja primeira sessão se concentrou na unidade ocidental contra a Rússia, com a participação do presidente americano, Joe Biden.

Nesta manhã, Biden e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciaram os planos de Washington e Bruxelas em trabalhos conjuntos para obter fontes alternativas de gás natural para a Europa.

As conclusões formais da cúpula apontam que o plano de compra conjunta de gás natural e outros passos da Comissão para mitigar os altos preços do mercado seriam "voluntários" e por um período limitado.

A compra conjunta de gás também estaria aberta à Ucrânia e outros países não pertencentes à UE, inclusive os dos Bálcãs Ocidentais, Geórgia e Moldávia.

Os líderes da UE reconheceram que, dentro do bloco, as necessidades energéticas dos 27 países membros variam amplamente.

Alguns países dependem enormemente do gás russo enquanto outros, como Espanha e Portugal, estão menos interconectados com o resto da Europa em termos de cadeias de abastecimento.

Os debates da cúpula sobre o tema foram bastante técnicos, prolongados e incluíram alguns momentos de tensão.

O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, disse que a questão implica "literalmente milhares de contratos, centenas de partes e também há uma diferença muito grande entre regiões, entre Estados-membros".

Assim, a Comissão Europeia ficou encarregada de elaborar um "plano integral e ambicioso" para o fim de maio sobre como eliminar gradualmente o carbono e o gás russos sem impulsionar aumentos de preços.