Luta contra a inflação testa apetite dos investidores pelo Brasil, diz "FT"
A maioria dos investidores internacionais deve continuar evitando comprar ações de companhias brasileiras até saber se as medidas do governo para tentar controlar a inflação darão resultado, segundo afirma reportagem publicada nesta quinta-feira pelo diário econômico britânico"Financial Times".
O diário observa que o índice Bovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, chegou no ano passado próximo ao seu recorde histórico de alta pré-crise de 2008, mas desde o início deste janeiro já caiu mais de 7% por conta dos temores dos investidores sobre a inflação em alta e a valorização excessiva do real.
A reportagem comenta que o índice anual de inflação neste mês deve se aproximar do teto da meta do Banco Central, que é de 4,5% com uma margem de tolerância de dois pontos para cima ou para baixo.
“O problema para os investidores em ações é que quanto mais tempo a ameaça de uma inflação mais acelerada pairar sobre o Brasil, mais o índice Bovespa permanecerá numa terra de ninguém, apesar de uma economia forte que deve crescer 4,5% neste ano”, afirma o jornal.
Para o "FT", o mercado brasileiro de ações vem sofrendo com as dúvidas sobre os esforços do governo “em lidar com os efeitos do excesso de gastos na preparação para a eleição presidencial de 2010”.
Juros altos
A reportagem observa que os desembolsos do BNDES ajudaram a economia brasileira a crescer 7,5% no ano passado, o índice mais alto em mais de duas décadas, mas também contribuiu para o aumento da inflação.
Ao mesmo tempo, diz o jornal, as altas taxas de juros vêm atraindo capital estrangeiro de economias desenvolvidas com baixo crescimento, fortalecendo a moeda brasileira em relação ao dólar e gerando o temor da perda de competitividade da indústria nacional.
“Temendo que taxas de juros ainda mas altas somente fortaleçam mais a moeda, o governo recorreu a medidas não convencionais para tentar conter a inflação, como taxas sobre o crédito ao consumidor”, relata o "FT".
Segundo o jornal, esta abordagem “suave” levou a dúvidas entre os investidores sobre a determinação do governo em combater a inflação.
Para a reportagem, o futuro do mercado de ações brasileiro vai depender de como a presidente Dilma Rousseff e sua equipe econômica lidem com o problema da inflação.
“Eles precisam combinar a retórica dura com ações confiáveis ou os investidores estrangeiros continuarão a evitar a Bovespa”, conclui o jornal.
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