Desaceleração obriga Brasil a rever modelo de crescimento, diz 'Financial Times'
Após uma década de robusto crescimento, o Brasil subitamente se vê obrigado a repensar o seu modelo econômico, diz o jornal britânico "Financial Times" na sua edição desta terça-feira.
"Que tipo de economia o Brasil quer e qual o tamanho do papel que o estado deve ter?", é a questão colocada aos governantes, segundo o jornal.
Para o FT, a economia brasileira desacelerou e agora "rasteja", com uma expectativa de expansão de apenas 2% neste ano.
O jornal aponta para vários fatores que deixaram o país, "cuja economia parece ter perdido a direção", nesta situação.
"Muito de sua indústria, apesar de uma série infindável de medidas de estímulo, se tornou globalmente pouco competitiva. Até o consumo (interno) está dando sinais de fadiga", diz o jornal.
Apesar do aumento em investimentos, "infraestrutura e educação ficaram para trás e sua fraqueza impediu o país de realizar o seu pleno potencial", diz o jornal.
Os desafios não param por aí. São apontados como entraves para um crescimento mais forte a baixa taxa de poupança e juros ainda altos, que seriam herança do período de inflação galopante dos anos 90. Burocracia governamental e o sistema de impostos também foram apontados pelo jornal.
A empresa Vale do Rio Doce reclamou que licenças ambientais necessárias para a exploração de minas podem levar até três anos para ser concedidas.
No entanto, para o FT, a busca de novos modelos - e do papel do estado neles - não é um problema brasileiro, mas de mercados emergentes. "Com os modelos europeu, japonês e norte-americano aparentemente batidos, restam poucos modelos globais para guiar os tomadores de decisão em meio a tempestade", ressalta o correspondente do FT no Brasil Joe Leahy.
"Diminuir o tamanho do estado será difícil. Analistas indicam que uma máquina estatal grande é uma escolha que o brasileiro fez no voto. Mesmo diante do declínio das economias europeias, na média o brasileiro está mais inclinado a optar por modelos baseados no estado, como o chinês, do que o capitalismo de livre mercado norte-americano", analisa o jornal.
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