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Turismo de cassinos faz de Macau a 'cidade que mais cresce no mundo'

11/12/2012 10h04

A pequena ilha Macau, conhecida como um dos grande centros de cassinos do mundo, é a cidade que mais cresce no mundo em termos de PIB per capita e geração de empregos, segundo a pesquisa Global Metromonitor, do Instituto Brookings, com sede em Washington.

Em 2011, o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade asiática foi de US$ 34 bilhões. Ela tem crescido, em média, 12,5% ao ano desde 1999, quando passou do controle português ao chinês.

Em segundo e terceiro lugar no Global Metromonitor estão Perth, na Austrália, e Riad, na Arábia Saudita.

A alavanca de Macau é a indústria de serviços local, liderada pelo turismo ligado aos cassinos. Em 2006, quatro anos depois de ser aberta a investimentos, a pequena ilha de menos de 30 km² ultrapassou Las Vegas em rendimentos com seus cassinos ao movimentar US$ 6,95 bilhões no ano, segundo o governo local.

Hoje, Macau - que é uma região administrativa especial da China - movimenta cinco vezes mais dinheiro em seus cassinos do que sua concorrente americana, apesar de ter uma população três vezes menor.

Seu PIB per capita, de US$ 58 mil, cresceu 5,1% em 2011 e é o dobro do de Las Vegas.

Crescimento em xeque

Mas analistas temem que o ritmo de crescimento da ilha possa estar ameaçado pelos planos do governo chinês de aumentar seus esforços no combate à corrupção no país.

Pequim vê Macau por um lado como exemplo do sucesso da reforma econômica do país e, pelo outro, como um paraíso de lavagem de dinheiro e corrupção. No início de dezembro, uma operação conjunta entre as polícias da China continental e da ilha resultou na prisão de pelo menos três pessoas envolvidas em transferências ilegais de dinheiro.

As ações dos cassinos de Macau despencaram até 7% após o recente anúncio de que o governo focará no combate à corrupção no país, feito pelo novo líder chinês, Xi Jinping.

A crise econômica internacional também afetou a atividade econômica na ilha, reduzindo o fluxo de turistas e de capital.

Ao contrário de Las Vegas, uma cidade localizada dentro de um Estado (Nevada) mais forte e economicamente mais diversificado, Macau é um polo de uma única indústria.

O problema já foi identificado pelos governos local e continental, que agora pensam em alternativas para incorporar Macau à economia regional, diminuindo a dependência da ilha dos cassinos.

Uma delas será a construção de uma ponte que conectará Macau diretamente a Hong Kong, sua vizinha mais famosa, e outra a Zhuhai, a cidade chinesa continental mais próxima, para estimular o turismo e aumentar o fluxo de comércio.

Macau é uma ex-colônia portuguesa que foi devolvida à China em 1999. A exemplo de Hong Kong, o território é autônomo, com leis próprias, mas se prepara para uma integração cada vez maior à China - que será consumada em definitivo em 2050.

A China é, inclusive, uma dos grandes responsáveis pelo crescimento da ilha, alimentando-a com turistas - segundo o governo local, todos os finais de semana a população de Macau dobra, atingindo 1 milhão.

Brasília

A pesquisa do Global Metromonitor começou a ser feita em 1993, numa parceria do Instituto Brookings e a London School of Economics.

Nesses quase 20 anos, 19 das 20 cidades que mais cresceram no mundo em termos de PIB e geração de empregos são chinesas. A primeira da lista é Hefei, que cresceu 1102%. Trata-se da primeira cidade-piloto chinesa de hub tecnológico e de desenvolvimento.

No Brasil, a líder da pesquisa de 2011 é Brasília, que figura na 66ª posição. A seguir, Salvador, na 74ª colocação, e Recife, na 99ª. São Paulo amargou a 217ª posição com um decréscimo de 0,1% em seu PIB per capita.