Com Brasil em crise, Argentina entra no radar das visitas internacionais
Segundo ele, a queda no índice oficial de inflação, "que foi de cerca de 40% no ano passado e seria de pelo menos 20% neste ano", e a perspectiva de retomada do crescimento econômico - recessão em 2016 e de alta do PIB em 2017 - são considerados positivos.
'Mais credibilidade'
Na viagem que fez à Argentina em junho, a chanceler alemã Angela Merkel disse que o país "se abriu" e que "as condições da economia têm agora mais credibilidade, caminho essencial para que cheguem os investimentos de grandes, médias e pequenas empresas".
Foi a primeira vez que Merkel visitou Buenos Aires, apesar de ter ido à América Latina em sete ocasiões, anteriormente, incluindo o Brasil - que desta vez não fez parte do roteiro da alemã.
Na capital argentina, ela abordou temas como a reunião do G20 e as negociações para o acordo entre Mercosul e União Europeia, que se arrastam há anos. Merkel também alimentou expectativas de apoio à filiação da Argentina à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, grupo chamado de "clube dos ricos").
Foi aventada uma reunião bilateral entre Merkel e Michel Temer em julho na Alemanha, onde será realizada a cúpula do G20. Mas o encontro não ocorrerá, e Temer sequer deverá ir à cúpula.
Fontes do governo brasileiro dizem que, apesar da crise brasileira, o comércio bilateral e a presença de empresas da Alemanha no Brasil "não permitem que a relação seja distante", mas agregam que a confirmação da viagem de Temer pode ocorrer só no último momento. A ida à Alemanha, se confirmada, faria parte das poucas viagens internacionais que Temer realizou até aqui, incluindo Japão, Rússia e Noruega.
Primeiros resultados
De volta à Argentina, para Sica, algumas medidas de política internacional do atual governo já começaram a dar resultados, como um acordo com a Colômbia para exportação de automóveis.
"Mas não é só nessa área. Há negociações avançadas em outros setores, como o de agronegócios, que antes não existiam. O fim do isolamento internacional da Argentina significa ainda maior facilidade de acesso a financiamentos (para governos locais e empresas), o que também antes não ocorria", diz Dante.
Para ele, a "dinâmica" de incluir a Argentina no cenário internacional "já começou", mas seu seus efeitos serão de longo prazo e não necessariamente vinculados à eleição legislativa deste ano.
"As eleições serão um bom termômetro, mas não serão decisivas", opina.
Ao mesmo tempo, o deputado do Parlasul Oscar Laborde, da Frente para a Vitória (kirchnerista), publicou artigo no jornal Página 12 chamando de "desastrosa" a política exterior do atual governo - citando a suspensão da Venezuela do Mercosul por "preconceitos ideológicos", a suposta troca da integração regional latino-americana "por um alinhamento incondicional aos EUA" e a falta de "resultados" de visitas líderes internacionais.
Para Lohlé, por sua vez, Macri passou a simbolizar previsibilidade que não existe hoje na Venezuela, por exemplo.
Neste mês de junho, a então ministra das Relações Exteriores do governo Macri, Susana Malcorra, foi substituída por um embaixador de carreira, mas segundo analistas a mudança não alteraria a linha política do governo Macri - "definida pelo próprio presidente", que está "decidido a colocar a Argentina no mapa internacional", dizem diplomatas argentinos.
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