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Mosaic enfrenta alta do preço do frete de fertilizante no Brasil

Tatiana Freitas

22/08/2016 15h43

(Bloomberg) -- Empresas de fertilizantes enfrentam outro desafio no Brasil, onde a falta de caminhões disponíveis aumenta o preço do frete para levar o produto para o interior do País.

O preço do frete subiu até 35 por cento nos últimos três meses devido à falta de caminhões nos portos, segundo Eduardo Monteiro, um diretor de cadeia de suprimentos da Mosaic Co., fabricante de nutrientes para lavouras à base de potássio e fosfato que tem sede nos EUA.

O custo em algumas rotas dobrou em relação a um atrás, de acordo com a Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (Ama-Brasil).

"Todas as empresas de fertilizantes estão tendo um impacto importante em razão do aumento no preço do frete", disse Monteiro em entrevista por telefone na sexta-feira. "Vamos tentar administrar isso da melhor forma possível."

O problema é causado pela decepção com a safra de milho. A maior parte das exportações brasileiras do grão chega aos portos nas caçambas dos caminhões. Os mesmos veículos trazem fertilizantes no caminho de volta, uma vez que o Brasil importa aproximadamente 90 por cento dos fertilizantes que consome.

A queda do volume exportado de milho neste ano - e o consequente salto nas importações do grão para uso como ração animal - obriga a indústria de fertilizantes a procurar meios de transporte.

A principal temporada de plantação no País começa em setembro. O aumento da demanda por fertilizantes intensifica o problema. As vendas no Brasil devem bater recorde, de acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

Quase todas as vendas de fertilizantes no país já incluem o frete e a maioria dos produtores não faz hedge desses custos, segundo Carlos Florence, diretor-executivo da Ama-Brasil.

As produtoras de fertilizantes tentam repassar a despesa adicional aos clientes, mas os agricultores brasileiros, que já enfrentam falta de crédito, relutam em aceitar preços maiores, disse Monteiro. Florence acredita que as empresas vão acabar absorvendo os custos maiores com frente.

Yara International ASA e Fertilizantes Heringer SA estão entre as grandes produtoras que atuam no Brasil, que é o maior exportador mundial de soja e segundo maior de milho. Essas duas empresas se recusaram a comentar os custos de frete.