Startup de US$ 500 mi alimenta guerra de bicicletas na China
(Bloomberg) -- Na zona de guerra da internet na China, há um mapa para o sucesso: encontre um financiador rico, ganhe bastante dinheiro e queime-o para conseguir participação de mercado.
O último capítulo desse manual está sendo escrito por dois jovens empreendedores que oferecem, separadamente, modernizações para o antigo ícone do Partido Comunista da China -- a bicicleta.
De um lado está Dai Wei, 25, cuja startup de compartilhamento de bicicletas Beijing Bikelock Technology, conhecida como Ofo, recebeu cerca de US$ 100 milhões em financiamento em setembro de investidores como o fundo de risco apoiado pelo fundador da Xiaomi, Lei Jun, e pela Didi Chuxing, a gigante do transporte compartilhado que acaba de expulsar o Uber da China. O financiamento teria avaliado a startup em US$ 500 milhões.
Do outro lado está Hu Weiwei, que recebeu um financiamento similar dias depois para sua Beijing Mobike Technology de um grupo que inclui a Tencent Holdings, a maior empresa de internet do país e, ironicamente, uma apoiadora de longa data da Didi.
Este é o teste de fogo do panorama da internet na China, onde as alianças mudam em questão de dias e as startups perdem bilhões de dólares oferecendo brindes para conseguir clientes e acabar se juntando meses depois para enfrentar a próxima concorrente que surgir.
"O fato de a Tencent e a Didi escolherem vencedores diferentes torna a concorrência muito mais imprevisível e interessante", disse Cao Yang, analista em Pequim da consultoria sobre internet IResearch. "A situação realmente se resume a qual fundador poderá se adaptar mais rapidamente e utilizar melhor os recursos."
O compartilhamento de bicicletas não é novidade. Existem cerca de 600 operações desse tipo em todo o mundo, com um mercado que poderá crescer 20 por cento ao ano e gerar até US$ 5,8 bilhões em receita até 2020, segundo a consultoria Roland Berger.
A maioria, como Velib, de Paris, e Boris Bikes, de Londres, é administrada ou formada por governos locais, muitas vezes com patrocinadores corporativos, e as bicicletas são disponibilizadas em locais fixos. O que diferencia a Ofo e a Mobike é que os usuários encontram as bicicletas e pagam pelo serviço por meio de um aplicativo de smartphone e depois as deixam onde quiserem.
Cada empresa tem como alvo um mercado diferente. A Mobike visa marcas de alto padrão, com bicicletas cuja montagem custa até 3.000 yuans (US$ 440), com estilosas rodas laranja, pneus de núcleo sólido e navegação por satélite. A Ofo se concentra nos estudantes, com bicicletas amarelo-ouro que custam somente 250 yuans, sem GPS, que podem ser alugadas por apenas 1 yuan a hora, normalmente a metade do valor praticado pela Mobike. As bicicletas públicas de Pequim são gratuitas na primeira hora e cada hora seguinte custa 1 yuan.
"Todos eles acham que podem ser a Amazon. Eles querem torrar recursos primeiro e ganhar dinheiro depois", disse Rawen Huang, fundador da Petrel Capital em Hong Kong, que investe no mercado de internet da China. "Será que olharemos para trás daqui a cinco anos e perguntaremos 'como eles conseguiram financiamento por essa avaliação'? É provável."
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