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Voos baratos com escala na China afetam aéreas internacionais

Angus Whitley e Kyunghee Park

13/12/2016 10h59

(Bloomberg) -- Matar as horas livres no aeroporto de Guangzhou esperando uma conexão da China Southern para Sidney pode não ser a ideia de diversão de todo passageiro. Mas para Gina Capella não havia nem o que pensar.

A moradora de Boston de 43 anos e sua amiga economizaram centenas de dólares no ano passado escolhendo a China Southern Airlines em vez de um voo direto de Seul com a Korean Air Lines ou a Asiana Airlines. "Nós nem nos importamos com a escala porque saiu muito mais barato", disse ela. "Quase a metade do preço."

As empresas aéreas chinesas estão inundando o mundo com algumas das passagens de longo curso mais baratas já vistas -- e desferindo um golpe nas aéreas estrangeiras que tentam acompanhar o ritmo. Operadoras como Delta Air Lines e American Airlines nos EUA e Cathay Pacific Airways e Korean Air estão sentindo o aperto após o aumento do alcance das aéreas da China continental.

Elas não apenas oferecem passagens baratas em rotas há tempos dominadas por empresas aéreas nacionais como a Korean Air. Além disso, estão adicionando centenas de voos internacionais a partir de cidades chinesas pouco conhecidas para aeroportos de todo o mundo.

"As aéreas chinesas ainda não estão nem sequer arranhando a superfície de seu potencial, não apenas na China, mas em todo o mundo", disse Will Horton, analista em Hong Kong do CAPA Centre for Aviation. "Se uma empresa aérea hoje não consegue competir ou crescer juntamente com uma aérea chinesa, o futuro será sombrio."

Segundo o CAPA, as aéreas da China continental abriram 75 mercados de longo curso desde 2006, lideradas pela Air China e pela Hainan Airlines. Mais de dois terços dessas rotas foram abertos apenas nos últimos dois anos. As três maiores empresas aéreas da China -- Air China, China Eastern Airlines e China Southern -- são estatais e têm ações negociadas em Hong Kong e Xangai.

A Cathay, cujo lucro do primeiro semestre caiu 82 por cento porque os viajantes chineses evitaram sua base em Hong Kong, no momento está realizando o que chama de "revisão crítica" de seus negócios.

O presidente da Delta, Glen Hauenstein, disse a analistas em outubro que a China "continua sendo desafiada" em um momento em que o crescimento da capacidade supera a demanda. O presidente da American Airlines, Robert D. Isom, disse no mesmo mês que há uma "contínua fraqueza na China" porque a capacidade excedente está afetando os novos serviços da empresa aérea com saída de Los Angeles para Hong Kong, Haneda, Sydney e Auckland.

Uma viagem de ida e volta com a China Eastern entre Nova York e Bangkok via Shanghai custa US$ 570,06, segundo o site Webjet.com. A mesma viagem com a United Airlines com escala em Hong Kong custa US$ 714,80. O voo de Los Angeles a Hong Kong com a China Airlines custa um terço do preço do mesmo voo operado pela American Airlines.