Padrão de vida é melhor medida de crescimento que PIB, diz Davos
(Bloomberg) -- Os países desenvolvidos e em desenvolvimento deveriam enfatizar os padrões de vida, e não o crescimento absoluto, como melhor indicador de desempenho econômico, segundo os organizadores do Fórum Econômico Mundial, realizado anualmente.
A mediana das rendas per capita caiu 2,4% entre 2008 e 2013 em 26 economias avançadas, informou o fórum em relatório divulgado na segunda-feira (16) que ressalta a "insegurança e a desigualdade que acompanham a mudança tecnológica e a globalização".
Os países deveriam medir seu progresso econômico com base no "desenvolvimento inclusivo" e aumentar o investimento em programas como treinamento profissional para diminuir a carga da desigualdade, informou o relatório.
"A maioria dos países está perdendo oportunidades importantes para aumentar o crescimento econômico e reduzir a desigualdade ao mesmo tempo", disse o FEM, afirmando que indicadores como expectativa de vida, produtividade e índice de pobreza deveriam ser as prioridades para a formulação de políticas econômicas para evitar novos declínios.
Trump gera incerteza
A desigualdade e as frustrações daqueles que se sentem esquecidos pela globalização serão os principais tópicos de discussão da reunião anual do fórum, em Davos, na Suíça, que começa na terça-feira.
A reunião de líderes políticos, executivos corporativos, investidores e acadêmicos tem estado na fronteira dosavanços de integração econômica aos quais o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e partidos populistas europeus se opõem, uma tensão que será óbvia no evento deste ano.
'Desenvolvimento inclusivo'
No ranking do FEM que marca o desempenho de 29 economias avançadas em termos de desenvolvimento inclusivo, Noruega, Luxemburgo e Suíça ocuparam os primeiros lugares, enquanto o Reino Unido foi classificado em 21º e os EUA, em 23º. Mais da metade dos 103 países medidos viram suas pontuações caírem nos últimos cinco anos.
O fórum informou que para reverter os declínios nos padrões de vida os governos precisam priorizar a educação e a igualdade de gêneros e suavizar a transição da escola ao trabalho, além de expandir a infraestrutura.
Além disso, afirmou que a integração econômica deve ser reconcentrada para dar ênfase à facilitação do comércio de empresas com países e também entre elas, particularmente entre aquelas de pequeno e médio porte.
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