China desativa VPN e Grande Firewall se torna mais impenetrável
(Bloomberg) -- Burlar o Grande Firewall, o sistema utilizado pela China para controlar o acesso à internet, acaba de se tornar mais difícil, porque uma popular rede privada virtual (VPN) foi obrigada a deixar de operar por ordem do governo.
A GreenVPN enviou aos clientes um aviso para informar que iria interromper o serviço a partir de 1º de julho após "receber uma notificação dos departamentos regulatórios", sem dar mais detalhes dessas exigências. As VPNs roteiam o tráfego da internet para servidores em lugares, como os EUA, que estiverem fora do alcance dos filtros chineses.
As VPNs são populares na China porque o governo limita o acesso a uma grande quantidade de conteúdos que considera indesejáveis, de notícias e vídeos a políticas e pornografia. Para muitos usuários de internet, os serviços que permitem burlar o Grande Firewall são a única maneira de acessar Facebook, Twitter e sites do New York Times. As VPNs, há muito tempo uma área de indefinição jurídica, são comumente usadas por empresas, universidades e agências de notícias -- inclusive jornais estatais -- na China.
Durante o fim de semana, alguns usuários que acessam a GreenVPN através de um iPhone, da Apple, informaram que não conseguiram carregá-la. O momento coincide com o 20º aniversário da entrega de Hong Kong pelo Reino Unido à China.
O presidente Xi Jinping esteve em Hong Kong durante o fim de semana para comemorar o aniversário, o que provocou uma discussão acalorada na imprensa internacional sobre o futuro da democracia e dos direitos na antiga colônia britânica. Não está claro se a data politicamente delicada estava relacionada ao momento da desativação da VPN.
Uma declaração de janeiro do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China estabeleceu diversas prioridades para controlar os conteúdos virtuais na China, incluindo a restrição de VPNs.
Embora os ícones da GreenVPN e da SuperVPN estivessem visíveis na App Store da Apple nesta segunda-feira, os usuários relataram problemas para fazer o download e para abri-los. Não se sabe se isso ocorreu devido a uma falha técnica ou se os aplicativos foram desativados.
Telefonemas para os escritórios estrangeiros da SuperVPN não foram atendidos fora do horário comercial. A Apple não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários. A GreenVPN, cujos sites da China estavam no modo de manutenção, não mostrava informações para entrar em contato com a empresa.
Nos últimos dois anos, as VPNs têm desaparecido das lojas de aplicativos Android da China, como Wandoujia, Baidu e OnePlus. Embora o sistema operacional Android, do Google, esteja instalado na maioria dos smartphones da China continental, o acesso aos serviços da empresa de pesquisa dentro do país é limitado, inclusive à loja de aplicativos Google Play.
--Com a colaboração de David Ramli Gao Yuan e Keith Zhai
Versão em português: Fernando Travaglini em São Paulo, ftravaglini@bloomberg.net.
To contact Bloomberg News staff for this story: Christina Larson em Pequim, clarson26@bloomberg.net.
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