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Impulso solar tira energia eólica do páreo em estado americano

Brian Eckhouse e Mark Chediak

28/07/2017 14h43

(Bloomberg) -- A Carolina do Norte aprovou uma lei de energia limpa na quinta-feira que pode gerar uma série de novos projetos solares no segundo maior estado dos EUA para esse tipo de energia - mas às custas da energia eólica.

A lei estadual 589, sancionada pelo governador Roy Cooper nesta quinta-feira, proíbe o desenvolvimento de novos projetos eólicos até dezembro de 2018. A lei cria um processo de licitação competitivo que trará mais de 2,6 gigawatts de nova capacidade de energia solar ao longo de três anos e meio, afirmou a Duke Energy, proprietária da maior distribuidora de energia do estado. A legislação também permite que os clientes aluguem painéis solares para o telhado em vez de comprá-los, o que abre um mercado para instaladores terceirizados.

"Este projeto de lei é fundamental para o futuro dos aumentos significativos de nossa indústria de energia solar, que já está em expansão", disse Cooper, do Partido Democrata, em comunicado, na quinta-feira. "Eu me oponho fortemente a essa horrível moratória ao vento, politicamente motivada e decidida de última hora. Contudo, esse frágil acordo solar pelo qual tanto se lutou será perdido se eu vetar essa lei e o veto for mantido."

Em um esforço para minimizar a moratória, Cooper assinou também uma ordem executiva que orientou o estado a "se empenhar ao máximo" para agilizar os pedidos de licença para projetos eólicos que foram apresentados até 1º de janeiro deste ano.

A Duke "não teve participação na moratória eólica", disse o porta-voz da empresa, Randy Wheeless, por e-mail na quinta-feira. "Na verdade, temos 20 parques eólicos espalhados pelos EUA. Nosso foco aqui era solar."

A Associação Americana de Energia Eólica (AWEA, na sigla em inglês) elogiou Cooper por maximizar "a oportunidade futura para empregos e investimentos em energia eólica na Carolina do Norte", disse Andrew Gohn, diretor de política da associação para a região leste, em comunicado.

"Estamos ansiosos para trabalhar com o governo para ajudar a garantir o avanço dos projetos eólicos sem mais demora assim que essa desnecessária moratória anticomercial deixar de valer", afirmou.

A moratória foi sancionada em meio ao crescimento da indústria eólica em todo o país. A AWEA informou nesta quinta-feira que a construção e o desenvolvimento no setor eólico cresceram 41 por cento nos últimos 12 meses.

Novo projeto

O projeto de lei limita pequenos projetos solares classificados para contratos de serviços obrigatórios pela Lei de Políticas Regulatórias para Empresas Públicas de Energia (Purpa, na sigla em inglês), de 1978. Os projetos elegíveis não podem exceder 1 megawatt -- contra 5 megawatts anteriormente, segundo a Bloomberg New Energy Finance. E os contratos das empresas de eletricidade serão reduzidos de 15 para 10 anos.

Com o novo projeto de lei, sustenta a Duke, os clientes economizarão US$ 850 milhões na compra de energia solar nos próximos 10 anos em relação ao projetado com o sistema Purpa, disse Wheeless.

(Atualizações com dados nacionais de vento no 8º parágrafo.)