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Na China ações de cinemas fazem mais sucesso que as de estúdios

Bloomberg News

19/10/2017 12h01

(Bloomberg) -- Na China, comprar ações de cinemas é uma aposta melhor do que comprar ações dos estúdios. Pelo menos, esse é o consenso entre os analistas sobre como aproveitar a recuperação da bilheteria no país em 2017.

Um aumento na venda de ingressos de cinema, liderado pelo sucesso do verão "Wolf Warrior 2", que bateu recordes, chamou a atenção dos investidores tanto para os estúdios quanto para os exibidores, mas esses últimos são uma aposta mais segura, com base nas projeções dos analistas sobre as empresas.

Das 38 recomendações de analistas que cobrem os três maiores exibidores de filmes negociados em bolsa na China, 36 são de comprar as ações, duas são de manter e nenhuma aconselha vender. O veredito para três dos maiores estúdios de capital aberto, Huayi Brothers Media, Beijing Enlight Media e Zhejiang Huace Film, é mais heterogêneo: das 49 recomendações, 8 sugerem vender, 10 propõem manter e 31 aconselham comprar.

Uma razão pela qual os analistas estão menos otimistas em relação às ações dos estúdios: sucessos como "Wolf Warrior 2", que conta a história de um oficial renegado do Exército de Libertação Popular que evacua centenas de cidadãos chineses presos em um país africano devastado pela guerra, seriam difíceis de replicar.

"Embora não seja impossível, é mais difícil para as empresas de produção do que para as redes de cinemas encontrar uma fórmula para uma rentabilidade sustentável", disse Li Bo, gerente de portfólio da Da Cheng Fund Management, que administra cerca de 179 bilhões de yuans (US$ 27 bilhões).

As operadoras de redes de cinemas, que devem se beneficiar com a recuperação do crescimento das bilheterias e com a consolidação do setor na China, são uma aposta melhor, diz Nora Jiang, vice-diretora do departamento de pesquisa da Bosera Asset Management, que gerencia 635,8 bilhões de yuans. "O mercado cinematográfico da China ainda tem vários anos de crescimento moderado e de dois dígitos pela frente e as principais redes de cinemas vão acompanhar essa tendência."

Durante o feriado de uma semana do Dia Nacional da China, no início de outubro, as receitas de bilheteria do país subiram 56 por cento, para 2,48 bilhões de yuans, um recorde para a Semana de Ouro. A China Film e a Shanghai Film avançaram cerca de 3 por cento na semana seguinte ao feriado e atingiram o pico do mês, superando o mercado em geral.

O interesse pelas ações cinematográficas da China é o inverso da queda forte provocada pelo fim de um período de cinco anos de boom das bilheterias. A China Film e a Shanghai Film, duas distribuidoras e exibidoras estatais que tinham disparado quando suas ações estrearam na Bolsa de Valores de Xangai, em agosto do ano passado, despencaram 25 por cento e 40 por cento, respectivamente, nos primeiros nove meses deste ano. A Wanda Film, a maior rede de cinemas do país, perdeu mais da metade de seu valor de mercado em relação ao pico registrado no fim de 2015. A negociação desta ação está suspensa desde julho e depende de uma reestruturação de ativos.

--Com a colaboração de Amy Li