Bancos demoram para reagir a riscos de mudanças climáticas
(Bloomberg) -- Menos da metade dos grandes bancos do mundo se esforça o suficiente para prevenir mudanças climáticas que representam riscos para seus mercados e economias.
A maioria dos bancos ainda não produziu metas firmes para produtos financeiros de baixo carbono que contribuam para o esforço de evitar o aumento das temperaturas, segundo pesquisa com 59 bancos realizada pela Boston Common Asset Management. Bancos como Barclays e Goldman Sachs ainda têm dificuldades para definir uma estratégia climática central para seus negócios, segundo o relatório publicado na quinta-feira, apoiado por mais de 100 investidores institucionais.
Os cientistas preveem uma maior frequência de inundações, fome e supertempestades se o mundo não mantiver os aumentos das temperaturas bem abaixo de 2 graus Celsius neste século.
Pouco menos da metade do grupo colocou em prática avaliações do risco climático e 61 por cento não restringiram o financiamento ao carvão. O setor bancário global forneceu US$ 600 bilhões em financiamento para as 120 maiores desenvolvedoras de plantas de carvão entre 2014 e setembro de 2017, segundo o relatório.
A Boston Common exortou todos os bancos a divulgarem medidas contra os riscos climáticos em linha com a Força-tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TFCD, na sigla em inglês). Segundo as recomendações, os bancos também deveriam estabelecer metas claras para a promoção de produtos de baixo carbono e publicar relatórios de estratégia alinhados ao Acordo de Paris.
Representantes do Goldman, do Barclays e da BBA, uma associação do setor em Londres, não quiseram comentar imediatamente.
São necessários investimentos da ordem de US$ 12 trilhões em energia renovável até 2030 para a transição dos países signatários do Acordo de Paris para economias de baixo carbono. A mudança apresenta uma "oportunidade notável" para os bancos do mundo, disse Lauren Compere, diretora-gerente da Boston Common Asset Management.
"Os investidores querem ver uma implementação muito maior de avaliações de risco climático ou análises de cenários climáticos para que os bancos alinhem seus negócios ao Acordo de Paris", disse. A maioria dos bancos já adotou medidas para implementar pelo menos alguma governança interna para questões climáticas, juntamente com a divulgação de produtos e serviços de baixo carbono.
A TFCD foi criada pelo presidente do Banco de Inglaterra, Mark Carney, quando era chefe do Conselho de Estabilidade Financeira. Em dezembro de 2015, Carney escolheu Michael Bloomberg, fundador e proprietário majoritário da Bloomberg News e de sua empresa controladora, a Bloomberg LP, para liderar o painel, que também inclui executivos e assessores de diversos setores de todo o mundo.
Dos 59 bancos pesquisados, 46 responderam e 12 foram analisados por meio de informações disponíveis publicamente.
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