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RBS paga em média 37% menos a mulheres em banco

Gavin Finch, Stephen Morris e David Hellier

23/02/2018 12h32

(Bloomberg) -- O Royal Bank of Scotland Group paga em média 37 por cento menos para as mulheres do que para os funcionários homens do banco e se soma assim à Standard Life Aberdeen para revelar um forte desequilíbrio salarial de gênero entre os empregados em meio às novas exigências de divulgação de dados no Reino Unido.

As funcionárias do RBS recebem bônus médios 64 por cento menores que os dos homens, informou o banco no relatório anual, nesta sexta-feira, atribuindo a culpa pela disparidade ao número desproporcional de homens em cargos elevados. Na véspera, o Barclays informou que a equipe feminina da divisão que abarca seu banco corporativo e de investimento recebe 48 por cento menos que os homens, diferença considerada "chocante" pelo presidente do Comitê do Tesouro do Reino Unido, Nicky Morgan.

A diferença salarial de gênero "é algo que não queremos manter", disse o CEO do RBS, Ross McEwan, em conferência com jornalistas, nesta sexta-feira. "Precisamos de mais mulheres em cargos elevados e estabelecemos algumas metas ambiciosas para melhorar essa proporção nos próximos três anos e é isso que afeta a diferença salarial de gênero."

Os homens representam cerca de 70 por cento dos funcionários do RBS no quartil com melhor remuneração, mesma proporção de mulheres no quartil com salários mais baixos do banco.

O RBS e o Barclays são os primeiros grandes bancos com operações britânicas a divulgar as diferenças salariais de gênero segundo as novas regras. Até esta sexta-feira, menos de 1.200 empresas apresentaram a informação, de um total esperado de cerca de 9.000. O governo escreveu às empresas para lembrá-las da obrigação de apresentar o relatório até 4 de abril à Comissão de Igualdade e Direitos Humanos, alertando sobre possíveis sanções às empresas que atrasarem a divulgação.

Nesta sexta-feira, a Standard Life Aberdeen revelou uma diferença salarial média de 42 por cento na Standard Life e de 34 por cento na Aberdeen. Os dados, compilados antes da combinação das empresas, no ano passado, mostram uma diferença de gênero de 70 por cento nos bônus em ambas as entidades.

"O mundo tem problemas para elevar as mulheres até o topo da hierarquia, algo particularmente evidente no setor financeiro, em que as taxas de participação são desanimadoramente baixas", disse Tom Kirchmaier, economista de pesquisa da London School of Economics.

--Com a colaboração de Stefania Spezzati e Lukanyo Mnyanda