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Opep está perto de eliminar excedente de petróleo: Fontes

Angelina Rascouet, Grant Smith e Elena Mazneva

19/04/2018 13h53

(Bloomberg) -- A Opep e seus aliados concluíram que praticamente eliminaram o excedente de petróleo, cumprindo o principal objetivo dos cortes de produção mais rapidamente do que esperavam, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

Os estoques excessivos de petróleo, que pesaram sobre os preços durante três anos, caíram 97 por cento em relação à média de cinco anos desde janeiro de 2017, segundo as pessoas informadas sobre os dados avaliados em reunião realizada em Jidá, na Arábia Saudita, nesta quinta-feira. O mercado deve se reequilibrar neste trimestre, disseram.

Os ministros de Energia da Rússia, da Arábia Saudita e de outros grandes produtores de petróleo estão reunidos no reino para discutir sobre o histórico acordo de oferta. A reunião não resultará em nenhuma decisão vinculante, mas emitirá um forte sinal a respeito das intenções do grupo após mais de um ano de cortes de produção e preços crescentes.

Com base nos dados recentes de mercado, eles teriam justificativas para declarar vitória e encerrar o acordo de oferta. Todos os indícios apontam que o grupo continuará limitando a produção para elevar ainda mais os preços e talvez até modifique a meta para justificar a continuidade da restrição.

O progresso mais rápido do que o esperado na redução do excedente foi ajudado pelo fato de vários países terem reduzido a produção mais do que o exigido, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões do comitê técnico conjunto são privadas. Além disso, disseram, a demanda por petróleo está aumentando antes da temporada de verão no Hemisfério Norte, quando há um uso maior de carros.

Missão cumprida

Os estoques de petróleo dos países desenvolvidos estavam pouco mais de 10 milhões de barris acima da média de cinco anos no fim do mês passado, contra 340 milhões de barris no início de 2017, disse uma das pessoas. A avaliação coincide com a visão da Agência Internacional de Energia (AIE), que afirmou na semana passada que a missão da Opep está prestes a ser cumprida.

Diversos integrantes da Opep, notadamente a Arábia Saudita, preferem manter os limites pelo menos até a data programada de término, no fim do ano, ou possivelmente ao longo de 2019, mesmo correndo o risco de que essa medida restrinja excessivamente o mercado. Os preços do petróleo vêm subindo e já atingiram o maior patamar em três anos, e o barril do Brent era negociado a pouco menos de US$ 75 nesta quinta-feira.

A reunião em Jidá poderia considerar novas metas para os estoques que exigiriam o prolongamento dos cortes. As discussões provavelmente também vão abordar a consolidação das bases de uma aliança com a Rússia e com outros países de fora da Opep que durará anos. Qualquer recomendação feita nesta semana precisaria ser ratificada na reunião plena do grupo, em junho.

--Com a colaboração de Wael Mahdi