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Acordo de US$ 350 mi para eSports é dissolvido antes de começar

Eben Novy-Williams

28/05/2018 11h37

(Bloomberg) -- O momento em que a Riot Games anunciou um acordo de US$ 350 milhões com a BAMTech, 18 meses atrás, foi marcante para a economia crescente dos videogames profissionais. Primeiro acordo importante de direitos de mídia para eSports, o contrato sugeria um futuro no qual as grandes competições de videogame poderiam gerar lucros da mesma forma que os grandes esportes disputados em ligas.

Após meses de atraso, o acordo agora foi encerrado. A Riot anunciou na sexta-feira um novo contrato de streaming com o ESPN+, plataforma digital lançada neste ano pela ESPN, da Walt Disney. A partir de junho, os jogos do League of Legends estarão disponíveis no ESPN+ de forma não exclusiva, o que significa que os fãs de eSports ainda podem assistir aos eventos no YouTube, no site de streaming Twitch e no próprio website da Riot.

Os termos do novo acordo não foram anunciados, mas acordos exclusivos normalmente são muito mais lucrativos do que os não exclusivos.

A Riot chamou o novo acordo de "evolução" do original, que foi assinado antes de a Disney comprar uma participação majoritária da BAMTech, no ano passado. O League of Legends alcançará uma audiência maior juntamente com outros esportes no ESPN+, informou a empresa de jogos, e também dará à Riot a liberdade de assinar outros contratos de mídia em outras regiões.

Contudo, o acordo original teria criado um único portal de visualização para os fãs do League of Legends, e o dinheiro era significativo. Na época, a Riot informou que os termos financeiros e o escopo da parceria a transformavam em um "divisor de águas para o nosso esporte". A BAMTech planejava produzir um aplicativo de streaming compatível com computadores e smartphones, que seria o canal exclusivo de muitas competições de League of Legends. A BAMTech também ajudaria a ampliar a receita por meio de vendas de anúncios e patrocínios.

Uma série de adiamentos gerou frustração e confusão entre os donos de equipes de League of Legends, que pagaram US$ 10 milhões a US$ 13 milhões por franquias na nova liga da Riot, no ano passado. A receita e a exposição geradas pelo negócio faziam parte da lógica do preço relativamente elevado para um esporte emergente. Além disso, diferenciou a liga de League of Legends da rival Overwatch League, criada pela produtora Activision-Blizzard. A Overwatch League depois assinou um contrato de dois anos com o Twitch a um valor estimado em US$ 90 milhões.

Depois que a Disney assumiu uma participação majoritária na BAMTech, em agosto, a estratégia da empresa mudou para favorecer o ESPN+, que a empresa deseja munir de um leque diversificado de conteúdo esportivo. O serviço de US$ 4,99 por mês já conta com uma grande variedade de conteúdo esportivo, incluindo alguns jogos da NHL e da MLB, esportes universitários e direitos amplos sobre a Major League Soccer.

A BAMTech, que foi totalmente comprada pela Disney em agosto, passou por muitas mudanças desde o anúncio do acordo original. Além de operar a tecnologia subjacente do ESPN+, ela oferece a tecnologia final para várias outras propriedades de esportes digitais, incluindo NHL, MLB, PGA Tour e WWE Network.