Veredicto de câncer pode inflar demanda por "livre de glifosato"
(Bloomberg) -- Os consumidores já pagam um prêmio pelos alimentos rotulados como livres de transgênicos. A próxima mira dos consumidores pode ser por alimentos livres de pesticidas -- em particular, livres de glifosato, o polêmico ingrediente ativo do Roundup, o herbicida que é um sucesso de vendas da Monsanto.
Neste mês, um júri da Califórnia decidiu a favor do jardineiro de uma escola, disse que o Roundup provocou o câncer que ele tem e impôs uma indenização de US$ 289 milhões. Desde então, Henry Rowlands, diretor do Detox Project, diz que está recebendo uma enxurrada de perguntas das marcas de alimentos sobre o certificado de produto livre de resíduos de glifosato que ele oferece.
O Detox Project começou a oferecer testes de glifosato em 2017. Até agora, 15 marcas foram totalmente certificadas e dezenas de outras estão pendentes, disse Rowlands. Mais de 50 marcas, de comida para bebês e mel até suplementos, entraram em contato desde o veredicto da Califórnia, disse ele.
Os testes estão disponíveis na indústria de moagem e panificação há vários anos, mas o interesse está crescendo, disse Rich Kendrick, diretor de desenvolvimento de negócios do Great Plains Analytical Lab em Kansas City, nos EUA. Ele citou o fato de o estado de Califórnia classificar o glifosato como carcinogênico conforme sua lei Proposition 65.
O glifosato é um elemento básico da agricultura moderna. Os agricultores o pulverizam sobre as plantas geneticamente modificadas para que se tornem mais resistentes, de modo que só as ervas daninhas morram. Como é muito usado, vestígios de glifosato já foram detectados em todos os tipos de alimento, entre eles biscoitos, cervejas, cereais, mel e aveia, e ele tem sido detectado em urina humana e leite materno.
A Bayer, da Alemanha, comprou a Monsanto por US$ 66 bilhões em junho e prometeu se defender vigorosamente contra a onda de processos judiciais contra o Roundup. A Monsanto afirma há décadas que o glifosato é seguro. Vários órgãos reguladores, entre eles a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês), concordam que é improvável que ele cause câncer.
Repórteres da matéria original: Lydia Mulvany em Chicago, lmulvany2@bloomberg.net;Megan Durisin em Chicago, mdurisin1@bloomberg.net
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