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México supera China como maior comprador de soja dos EUA

Megan Durisin

31/08/2018 14h56

(Bloomberg) -- O México está ultrapassando a China e se tornando o maior comprador de soja dos EUA no momento em que os produtores se preparam para colher a nova safra.

O ano-safra 2018-19 começa em 1º de setembro, antes do início do grosso da colheita da região Centro-Oeste do país, e os importadores normalmente começam a garantir a oferta com antecipação. Até 23 de agosto, as vendas pendentes para o México de 1,826 milhão de toneladas superavam o total de 1,332 milhão para a China, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês).

A China é de longe a maior importadora de soja do mundo e foi a maior compradora da oferta dos EUA durante anos. A situação está mudando devido ao endurecimento da guerra comercial entre os EUA e o país asiático. Embora muitos analistas prevejam que a China fará algumas aquisições nos EUA quando a oferta sul-americana se tornar insuficiente, no fim do ano, a perspectiva de exportação é um fator fundamental para o mercado no momento em que os produtores iniciam a colheita.

"Ao avaliar o futuro, considerando que a China normalmente é de longe o nosso maior mercado, começaremos a ver o impacto dessas tarifas", disse Matt Campbell, consultor de gerenciamento de risco da INTL FCStone em West Des Moines, Iowa, por telefone. "A partir desse momento começaremos a enxergar os problemas."

As exportações de soja geralmente aumentam logo após a colheita na região Centro-Oeste, que atinge o pico de outubro a fevereiro. A China recebeu poucos carregamentos americanos desde que impôs uma tarifa de 25 por cento a uma série de produtos agrícolas dos EUA, em julho. Para a próxima temporada, as vendas pendentes para o país asiático são 73 por cento menores do que na mesma época do ano passado.

Enquanto despreza os EUA, a China vem comprando mais do Brasil e está à procura de ofertas agrícolas alternativas. A Argentina está enviando óleo de soja para a China, algo incomum.

Enquanto isso, as compras futuras do México triplicaram em relação ao ano passado. Uma série de países importadores menores -- como Paquistão, Malásia e Indonésia -- também está abocanhando uma oferta maior devido à queda dos preços americanos. O total de compromissos para a próxima safra, de 13,2 milhões de toneladas somados todos os países, é superior aos 11,5 milhões desta altura do ano passado, segundo dados do USDA.

Os preços médios da soja em espécie nos EUA estão próximos do menor patamar em 10 anos. O USDA projeta que a próxima safra será recorde e o superávit comercial agrícola dos EUA deverá encolher no ano que vem.