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Lufthansa oferece possibilidade de encomenda à Boeing: Fontes

Richard Weiss, Julie Johnsson e Benjamin D. Katz

22/10/2018 13h28

(Bloomberg) -- A Deutsche Lufthansa está oferecendo à Boeing a chance de preencher sua próxima grande encomenda de aviões de fuselagem larga com o modelo 787 Dreamliner, apresentando um desafio ao esforço da Airbus para vender mais jatos A350 à empresa aérea alemã, segundo pessoas familiarizadas com os planos.

A Lufthansa solicitou propostas da Airbus e da Boeing e busca encomendar cerca de 20 jatos em um acordo que pode ser finalizado nos próximos meses, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as discussões são privadas. A empresa também está pedindo que as fabricantes de aviões incluam no contrato uma alternativa para que a área se desfaça de seus modelos A340 antigos e de alto consumo no negócio, que pode ser avaliado em cerca de US$ 5 bilhões, disseram as pessoas.

Representantes de Lufthansa, Airbus e Boeing preferiram não comentar.

A aquisição de aeronaves de fuselagem larga pode definir a estratégia de uma empresa aérea por décadas, porque elas têm uma vida útil de 20 anos ou mais e porque os valores de revenda variam bastante. Além disso, os aviões são um grande investimento para empresas aéreas e fabricantes, sendo que as últimas precisam de grandes encomendas para ajudar programas de vários bilhões de dólares a gerar lucro.

Frota complexa

A Lufthansa já encomendou 25 aviões A350, 12 dos quais estarão em operação em Munique até o fim do ano, e tem opções para mais 30. Apesar de ter prometido reduzir a complexidade da frota, há cinco anos a empresa aérea encomendou 34 jatos Boeing 777-9, sendo que o primeiro deles deverá chegar em 2020. Esses se somariam a qualquer possível pedido do 787, de menor porte.

O acordo pelo Boeing 777-9 está sendo analisado internamente, e a Lufthansa informou que estuda a possibilidade de adiar as entregas, preocupada com o custo e o tamanho do jato que será o maior bimotor da história do setor. O acordo inclui 14 aeronaves que a Lufthansa pode optar por não receber, o que poderia reduzir a já limitada carteira de encomendas da Boeing para o modelo.

A Lufthansa está pagando o preço por ter investido muito pouco em sua frota durante duas décadas. As 728 aeronaves da aérea tinham, em média, 11,4 anos de idade no ano passado, o dobro dos 5,7 anos dos aviões da Emirates, a maior empresa aérea de trajetos longos do mundo. Os quase 100 aviões de quatro motores da Lufthansa, que consomem muito combustível, produzem a maior despesa de combustível entre as empresas aéreas da Europa, e as 50 aeronaves A340, quase um quinto dos exemplares ainda em operação no mundo, representam cada vez mais um passivo pelo fato de os preços do petróleo estarem perto do patamar mais alto em cerca de quatro anos.

Repórteres da matéria original: Richard Weiss em Frankfurt, rweiss5@bloomberg.net;Julie Johnsson em Chicago, jjohnsson@bloomberg.net;Benjamin D. Katz em London, bkatz38@bloomberg.net