Da carne de porco às fraldas: os sinais de alta dos preços
(Bloomberg) -- Da carne de porco na China ao minério de ferro no Brasil, a inflação está se acelerando em alguns segmentos da economia global.
Embora a alta geral dos preços permaneça bastante moderada, o encarecimento de alguns itens vai dar argumentos ao que dizem que é apenas uma questão de tempo para a inflação se acelerar devido ao crescimento econômico robusto e à oferta escassa de mão de obra.
Por enquanto, o principal fator são as cotações mais altas das commodities, e não uma demanda aquecida. Os próximos balanços do Walmart, maior varejista do mundo, e da Target devem dar uma ideia do desempenho no lado do consumo.
Alguns fatores que estão mexendo com os preços:
Inflação acelerada?
Os preços das carnes começam a subir. O McDonald's elevou sua previsão para os custos de alimentos nos Estados Unidos este ano, já que os preços das proteínas começam a se acelerar diante do impacto da febre suína africana na Ásia. No último trimestre, os preços do cardápio da rede subiram cerca de 2% nos EUA, segundo dados do McDonald's do mês passado. A cadeia de restaurantes BJ's Restaurants disse que espera preços mais altos da carne de porco, enquanto a operadora do KFC na China, a Yum China Holdings, informou que a alta dos custos de aves vai pesar sobre as margens no resto do ano.
Impacto da carne suína
A China está por trás do salto dos preços da carne suína. Um surto sem precedentes da febre suína africana afetou o fornecimento de carne de porco. Com os estoques de suínos nos níveis de 2011, o governo alertou que os preços da carne de porco podem subir 70%. Os efeitos colaterais serão notados.
Minério de ferro
Fique de olho nos preços do aço. As cotações de minério de ferro dispararam com as interrupções de fornecimento do Brasil e da Austrália, preparando o terreno para que os preços de referência acelerem a alta rumo a US$ 100 a tonelada.
Produtos básicos
Procter & Gamble Co. (fabricante das fraldas Pampers) e Kimberly-Clark Corp. (dona da marca de fraldas Huggies) reajustaram os preços, assim como a Coca-Cola e PepsiCo. Gigantes de bens de consumo europeias como Nestlé e Unilever também reagem vendendo mais alimentos e material de limpeza a preços mais altos. Em abril, a Danone projetou preços mais elevados para o leite este ano.
Petróleo
Os preços do petróleo têm perdido força desde que atingiram o nível mais alto em 12 meses em abril, mas ainda acumulam alta de 30% este ano e um cenário geopolítico volátil indica uma perspectiva incerta. As especulações de que a Arábia Saudita e outros produtores vão produzir mais para compensar o menor volume do Irã ajudaram a reduzir o ritmo de valorização. Ainda assim, economistas dizem que o preço do petróleo cru continua sendo um problema a ser acompanhando, especialmente para países que dependem das importações.
Mercado de trabalho nos EUA
Os custos trabalhistas nos EUA mostraram a maior alta para um início de ano na última década. Esse é o terceiro ano consecutivo em que o ritmo anual de crescimento no primeiro trimestre se acelerou em relação ao ano anterior, um claro sinal de que os custos trabalhistas estão aumentando, segundo a Bloomberg Economics.
Pressões dos emergentes
Um conjunto de economias emergentes tem registrado uma aceleração da inflação. Os preços ao consumidor na Turquia subiram 19,5% em abril na comparação anual, enquanto economistas projetam uma inflação média de 40% na Argentina em 2019. A inflação média do Irã pode atingir 50% este ano, o maior nível desde 1980, disse um oficial do Fundo Monetário Internacional à Bloomberg News. No topo da lista está a Venezuela, onde os preços devem subir 8 milhões por cento este ano.
--Com a colaboração de Leslie Patton, Alaa Shahine, Corinne Gretler, Thomas Buckley, Zoe Schneeweiss, Krystal Chia, Crayton Harrison e Anne Riley Moffat.
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