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Meganegócio da Boeing na China em compasso de espera

Bloomberg News

05/06/2019 13h06

(Bloomberg) -- A Boeing está negociando uma das maiores encomendas de jatos executivos de fuselagem larga com companhias aéreas chinesas, mesmo com a disputa comercial entre Washington e Pequim, dizem pessoas com conhecimento do assunto.

A empresa americana tenta vender 100 jatos de dois corredores de dois modelos: o 787 Dreamliner e o 777X, a mais nova aeronave de longo alcance da Boeing, disse uma das pessoas, que pediu para não ser identificada. As negociações se concentraram principalmente no 777-9, o jato mais caro da fabricante de aviões, com preço de tabela de US$ 442,2 milhões, cujas vendas estão em queda livre antes da estreia prevista para 2020.

As conversas ainda são preliminares, segundo as fontes, e a guerra comercial é um fator que complica bastante as coisas para ambas as partes. No lado chinês, as aéreas esperam um sinal verde do governo antes de avançarem com as discussões, de acordo com algumas pessoas.

Guerra Comercial

A batalha nos setores de comércio e tecnologia entre as duas maiores economias do mundo entrou em uma nova fase, com alegações de que a China não teria cumprido os compromissos assumidos na mesa de negociações, desencadeando uma nova rodada de tarifas e acabando com uma trégua de vários meses.

Ainda assim, as negociações para a venda de aeronaves destacam os interesses de ambos os países no setor de aviação. A Boeing, sob pressão devido à suspensão dos voos com seu modelo 737 Max, é a maior exportadora dos EUA, e o acordo ajudaria a reduzir o déficit comercial de seu país de origem com a China. A possível encomenda estaria avaliada em mais de US$ 30 bilhões antes dos descontos, dependendo do mix de aeronaves.

A Boeing não quis comentar, e a Administração de Aviação Civil da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Bloomberg News.

Os novos aviões ajudariam a substituir uma geração anterior de jatos 777, disse uma das pessoas. A Boeing vendeu 101 dessas aeronaves para companhias aéreas chinesas, segundo o site da empresa.

A Boeing há muito tempo vem prevendo boas vendas do 777X na China, onde as aéreas ainda não encomendaram o modelo, o primeiro avião bimotor projetado para transportar mais de 400 passageiros. Mas o momento da estreia do avião é incerto em meio à polêmica sobre o processo de certificação de aeronaves nos EUA, após os dois desastres com o jato de fuselagem estreita 737 da Boeing.

--Com a colaboração de Dong Lyu.

To contact Bloomberg News staff for this story: Benjamin Katz em NY, bkatz26@bloomberg.net;Haze Fan em Beijing, hfan40@bloomberg.net;Julie Johnsson em Chicago, jjohnsson@bloomberg.net