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Com queda dos estoques, China deve reduzir leilões de milho

Bloomberg News

13/06/2019 13h30

(Bloomberg) -- A China, o maior consumidor mundial de milho depois dos Estados Unidos, deve diminuir os leilões da commodity realizados pelo governo este ano, em um esforço para segurar a rápida redução dos estoques usados para controlar a inflação dos alimentos.

O governo deve leiloar no máximo 50 milhões de toneladas de seus estoques temporários, segundo estimativa do Centro Nacional de Informação sobre Grãos e Óleos da China. O volume representa cerca da metade das vendas do ano passado.

Depois da oferta, programada para terminar em setembro, os estoques devem ficar com menos de 50 milhões de toneladas, o equivalente a cerca de dois meses de consumo e o menor nível desde 2012, segundo cálculos da Bloomberg com base em dados da Nanhua Futures.

O país começou a acumular estoques temporários em 2008, com o objetivo de aumentar a receita das fazendas. Com isso, o volume estocado deu um salto depois que as compras somaram 125 milhões de toneladas em 2015. Os estoques são separados das reservas estratégicas do estado, que são usadas apenas em tempos de crise.

Mais importações?

A China vendeu 12 milhões de toneladas de milho desde que iniciou os leilões deste ano, em 23 de maio. O governo oferta 4 milhões de toneladas por semana, segundo o Centro Nacional de Comércio de Grãos, que administra os leilões.

Agora que os estoques caíram para um nível razoável, as autoridades provavelmente devem estar mais abertas às importações, facilitando o acesso aos substitutos do milho, como cevada e sorgo, bem como permitindo mais compras de carne, disse Feng Lichen, analista-chefe do portal www.yumi.com.cn.

Ainda assim, o aumento das importações depende da demanda, afetada pela gripe suína africana, e da produção, que deve ser a menor desde 2014. A gripe suína pode reduzir o consumo de milho em pelo menos 30 milhões de toneladas, enquanto os plantéis de suínos podem encolher em 20%, disse Feng. Li Qiang, analista-chefe da Shangai JC Intelligence, disse que a produção pode não ser tão ruim quanto as estimativas, com produtividade mais alta do que no ano passado, se o clima no nordeste do país continuar favorável.

To contact Bloomberg News staff for this story: Shuping Niu em Beijing, nshuping@bloomberg.net