Equipe econômica quer que Embraer continue sendo uma empresa privada
Cristiane Lucchesi e Martha Beck
04/05/2020 20h17Atualizada em 05/05/2020 08h24
(Bloomberg) — A equipe econômica quer que a Embraer siga como uma empresa privada, segundo pessoas com conhecimento direto do assunto, e está organizando um empréstimo sindicalizado para ajudar a fabricante de aviões depois que o acordo com a Boeing foi abandonado.
O BNDES está organizando um empréstimo sindicalizado de US$ 1 bilhão e tentando atrair bancos privados para o negócio, disse uma das fontes, que pediu para não ser identificada. Os termos do empréstimo ainda não estão definidos e podem incluir garantias de preservar empregos, segundo a pessoa, além de debêntures conversíveis.
O governo, que ainda tem uma golden share na Embraer desde a sua privatização em 1994, não vê a empresa em necessidade de resgate, disse outra.
O BNDES, que tem uma fatia de cerca de 5% na Embraer, não quis comentar, assim como o Ministério da Economia.
Mais cedo, a Embraer disse em uma resposta por email que não ia comentar sobre nenhuma discussão específica de financiamento, mas "qualquer acesso a fontes adicionais e complementares de financiamento envolverá bancos internacionais e nacionais como sempre foi prática da Embraer."
Segundo divulgado pelo Valor Econômico, o BNDES planejava comprar pelo menos US$ 1 bilhão em ações a serem emitidas pela Embraer, uma operação que diluiria outros acionistas e colocaria o governo de volta no controle da empresa. Mais tarde, o jornal afirmou que o governo não queria retomar o controle da companhia e estava em discussões com bancos privados para uma solução.