Montadoras chamadas a investir em minas para garantir baterias
(Bloomberg) -- Incorporadoras de minas com dificuldade para financiar projetos que atendam à demanda prevista por metais usados em baterias dizem que a ameaça de crise de oferta pode ser um gatilho para que montadoras de veículos elétricos participem com investimentos.
O ambiente já difícil para aumentar o financiamento de projetos em minas é agravado pelo impacto da pandemia de coronavírus e pela queda das vendas globais de automóveis. É um cenário que ameaça atrasar uma lista de operações planejadas para fornecer lítio, níquel e cobalto.
Com projeções impressionantes da indústria automobilística sobre suas necessidades futuras de matéria-prima, a melhor solução poderia ser que fabricantes de veículos investissem diretamente nas operações de mineração, de acordo com Sam Riggall, diretor-presidente da incorporadora Clean TeQ Holdings.
"Ter que investir em exploração não é o que uma montadora quer fazer, entendemos isso, mas as regras mudaram", disse Riggall. "Estamos construindo uma cadeia de suprimentos que nunca existiu, para uma variedade de metais que nunca foram necessários antes para esse setor."
Montadoras traçaram planos de investir mais de US$ 140 bilhões na fabricação de veículos elétricos, uma transição da indústria que vai exigir que produtores de commodities e metais especializados para baterias aumentem drasticamente a produção. A demanda por níquel deve multiplicar por 16 até 2030 a partir de 2018, enquanto também haverá aumento significativo na demanda por grafite, lítio, cobre e alumínio, de acordo com a BloombergNEF.
Só os produtores de lítio precisarão de financiamento estimado entre US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões na próxima década para atender à demanda, disse a BNEF em relatório de fevereiro.
Montadoras buscam se envolver mais nas partes mais arriscadas das cadeias de suprimentos, disse Scott Tozier, diretor financeiro da Albemarle, maior produtora de lítio, em entrevista.
Nas negociações, fabricantes de veículos querem um melhor entendimento sobre "como posso ter o produto de que preciso, quando preciso", disse.
Para fabricantes de baterias e montadoras sem experiência em mineração, os investimentos só fariam sentido por razões estratégicas, como segurança geopolítica, afirmou Sophie Lu, responsável por mineração e metais da BNEF. Muitas grandes mineradoras continuam hesitantes em entrar em nichos de mercado ou já têm opções para aumentar a capacidade em seus próprios portfólios.
Isso significa que incorporadoras de menor porte de projetos de metais para baterias "estão nadando em uma piscina muito rasa de capital de varejo e estão famintas por capital inicial", disse.
©2020 Bloomberg L.P.
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