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Petróleo da Opep cai para menos de US$ 38 pela primeira vez desde 2008

04/12/2015 08h18

Viena, 4 dez (EFE).- O preço do barril de petróleo referencial da Opep caiu na quinta-feira para US$ 37,89, 1,48% menos que na véspera, batendo a marca dos US$ 38 pela primeira vez desde 31 de dezembro de 2008.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) informou deste novo barateamento hoje, pouco antes de seus ministros iniciarem a segunda reunião do ano para estabelecer o nível de sua oferta conjunta de petróleo.

De acordo com os analistas, o grupo petroleiro se inclina por manter sem mudanças seu volume de produção, fixado em 30 milhões de barris diários (mbd).

"Ainda não chegou o momento para um corte das cotas", disse nesta sexta-feira à Agência Efe o analista Bill Farren.

"O petróleo de xisto é mais resistente do que se pensava", acrescentou o analista da empresa Petroleum Policy Intelligence (PPI).

Os países da Opep mantêm desde o ano passado suas cotas de produção em uma tentativa de tirar do mercado petroleiro o chamado "petróleo de xisto", produzido principalmente nos Estados Unidos.

Esse petróleo necessita, segundo Farren, de um valor mínimo de US$ 60 o barril para se manter rentável.

Ano passado, esse limite era mais elevado ainda, mas a indústria petrolífera nos Estados Unidos reduziu consideravelmente suas despesas, o que permitiu continuar no mercado apesar dos baixos preços atuais.

Os responsáveis da Opep se reúnem hoje em Viena para estabelecer sua oferta de petróleo para 2016.

Uma abundante oferta mundial de petróleo, que excede à demanda mantém a pressão de baixa desde julho de 2014, quando o barril da organização começou a cair, de US$ 100 para menos de US$ 40.

Os dois membros latino-americanos da Opep, Venezuela e Equador, assim como outros com economias muito afetadas pela redução do valor de suas exportações petrolíferas, defendem reduzir a produção conjunta do grupo.

Segundo os dados da Opep, o grupo bombeia em torno de 31,5 milhões de barris diários (mbd), ou seja, 1,5 mbd acima da cota conjunta vigente, e deve ano que vem somar pelo menos 0,5 mbd, que o Irã bombeará quando as as sanções internacionais impostas contra ele forem retiradas.