EUA iniciam processo para impor tarifas sobre todas importações da China
Washington, 10 mai (EFE).- O presidente americano, Donald Trump, iniciou nesta sexta-feira o processo para impor tarifas sobre US$ 300 bilhões em importações da China, o que, somado aos encargos atuais, cobre o valor total dos bens chineses importados anualmente pelos Estados Unidos.
Em comunicado, o representante de Comércio Exterior dos EUA, Robert Lighthizer, revelou que Trump tomou essa decisão esta manhã, embora o presidente já tivesse ameaçado impor tarifas de 25% a outros US$ 325 bilhões em importações procedentes da China.
"Teremos US$ 325 bilhões a 25%. E estamos começando hoje os trâmites para fazer isso", disse Trump na quinta-feira.
Lighthizer não especificou em seu comunicado se a taxa tarifária será mesmo de 25% e se limitou a explicar que o presidente lhe ordenou "começar o processo para subir as tarifas em basicamente todas as importações chinesas que restam, que estão avaliadas em aproximadamente US$ 300 bilhões".
Além disso, Lighthizer não indicou quando esses novos encargos poderiam entrar em vigor e disse que na segunda-feira haverá mais detalhes sobre essa medida no site do Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês).
No entanto, detalhou que "em breve" a decisão será publicada no "Federal Register", o jornal oficial do governo no qual são divulgados leis, disposições, propostas normativas e avisos públicos.
Após a publicação, começará um processo de debate público, no qual os americanos poderão propor mudanças à iniciativa, que entrará em vigor uma vez que se conclua esse processo, o que poderia acontecer já em meados de junho, segundo estimativas da empresa de consultoria Eurasia Group.
Até agora, a Casa Branca tentou proteger das tarifas alguns dos produtos manufaturados na China mais procurados pelos consumidores americanos, como os celulares iPhone e os tênis Nike, mas as novas tarifas também podem afetar essas marcas.
A decisão de Trump representa uma escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais e acontece em um momento especialmente delicado, logo depois que na meia-noite de ontem Washington aumentou para 25% o valor das tarifas aplicadas em US$ 200 bilhões em importações chinesas.
Até agora, esses produtos chineses estavam submetidos a um encargo de 10%. Com a mudança, quase metade das importações chinesas passaram a estar tarifadas em 25%, o que já afetava desde o ano passado outros US$ 50 bilhões em bens do gigante asiático.
As novas imposições de encargos representa a ruptura da trégua comercial estipulada no final de 2018 entre Washington e Pequim, algo que esta semana provocou perdas nas bolsas de valores de todo o mundo.
Representantes de China e EUA se reuniram em Washington hoje para uma nova rodada de negociações, mas não chegaram a um acordo. EFE
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