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Irã desbloqueia fundos em banco de Luxemburgo para combater a Covid-19

13/04/2020 15h11

Teerã, 13 abr (EFE).- O governo do Irã anunciou nesta segunda-feira que espera dispor, de maneira imediata, com o fundo de US$ 1,6 bilhão (R$ 8,1 bilhões) que estava congelado em um banco de Luxemburgo e foi desbloqueado para ser usado na luta contra o novo coronavírus, que já deixou 4.585 mortos no país.

De acordo com o porta-voz do governo, Ali Rabiei, o objetivo é transferir o mais rapidamente possível o montante, para que sejam adquiridos "medicamentos e bens que a população necessita".

Hoje, o Ministério da Saúde do Irã anunciou que foram contabilizados novos 1.617 casos de infecção pelo novo coronavírus, além de 111 mortes a mais do que no boletim da véspera. Com isso, os totais passam a ser de 73.303 e 4.585, respectivamente.

Além disso, quase 46 mil pessoas são consideradas curadas da Covid-19.

FUNDOS BLOQUEADOS.

O Banco Central do Irã foi o primeiro a anunciar que o governo estava tentando recuperar os fundos bloqueados em Luxemburgo, como parte das pressões exercidas pelos Estados Unidos.

O governo americano queria o US$ 1,6 bilhão para compensar as vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001, diante da conclusão de que o país persa mantinha ligações com o grupo jihadista Al Qaeda, responsável pela ação terrorista.

Segundo o porta-voz do governo do Irã, os EUA ainda estariam tentando impedir que o Fundo Monetário Internacional (FMI) faça empréstimo de US$ 5 bilhões (R$ 25,3 bilhões), solicitado para o combate ao novo coronavírus.

"Os Estados Unidos não estão, legalmente, na posição de impedir o funcionamento das organizações internacionais. Devem compreender que estas instituições não são de sua propriedade", disse Rabiei.

O Irã tem frágil situação econômica devido as sanções impostas pelo governo americano em 2018, após a decisão de saída do acordo nuclear multilateral tomada por Washington.

Devido a escassez de recursos, as autoridades do país persa não chegaram a impor o confinamento da população e já começaram a levantar restrições, com a reativação das atividades econômicas consideradas de baixo risco - menos em Teerã. EFE

mv-ar/bg