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"NYT" revela conta bancária de Donald Trump na "rival" China

21/10/2020 13h44

Washington, 21 out (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que protagoniza uma guerra comercial e política com a China, possui, no entanto, uma conta bancária no país asiático, conforme revelou nesta quarta-feira o jornal "The New York Times", em uma investigação sobre os negócios do mandatário americano.

A conta é controlada pela empresa Trump International Hotels Management, que pagou impostos no país asiático entre 2013 e 2015 e foi criada "para explorar o potencial da oferta hoteleira na Ásia", afirma o jornal nova-iorquino.

Enquanto Trump critica as empresas americanas que fazem negócios com a China, sua própria história empresarial está repleta de acordos financeiros no exterior, e alguns envolveram o Estado chinês.

Assim, enquanto pressiona seu adversário nas eleições presidenciais, o democrata Joe Biden, com perguntas sobre sua posição sobre a China, os impostos do presidente Trump revelam detalhes sobre suas próprias atividades no país asiático, incluindo essa conta bancária até então desconhecida.

De acordo com o "NYT", Trump e seus aliados tentaram, ao longo da campanha eleitoral, retratar o candidato democrata como um político frágil com a China, em parte apontando para os negócios que o filho de Biden conduziu naquele país.

No entanto, a China é uma das únicas três nações estrangeiras, sendo as outras Grã-Bretanha e Irlanda, onde Trump mantém uma conta bancária, de acordo com uma análise dos registros fiscais do presidente, que foram obtidos pelo "The New York Times".

Essas contas no exterior não aparecem entre os dados financeiros divulgados por Trump, onde ele deve listar os bens pessoais, porque são mantidos sob nomes de empresas.

E os registros fiscais não incluem detalhes sobre quanto dinheiro pode ser transferido através de contas no exterior, embora o Serviço Interno de Receita dos EUA exija que os contribuintes declarem sua parte dos rendimentos obtidos em outros países.

As contas britânicas e irlandesas são mantidas por empresas que operam os campos de golfe de Trump na Escócia e na Irlanda, que regularmente relatam milhões de dólares em receitas desses países.

Alan Garten, advogado da Trump Organization, disse ao jornal que a empresa "abriu uma conta em um banco chinês que tem escritórios nos Estados Unidos para pagar impostos locais" associada aos esforços para fazer negócios lá.

Ele acrescentou que a empresa abriu a conta após a criação de um escritório na China "para explorar o potencial de ofertas de hotéis na Ásia".

"Nenhum acordo, transações ou outra atividade comercial jamais se concretizou e, desde 2015, o escritório permaneceu inativo", acrescentou Garten, e "embora a conta bancária permaneça aberta, nunca foi usada para nenhum outro fim".

Assim como na Rússia, onde explorou sem sucesso projetos de hotéis e torres em Moscou, Trump há muito busca um acordo para operar na China.

Seus esforços remontam a pelo menos o ano de 2006, quando ele entrou com o pedido de registro de marca em Hong Kong e no continente. Muitas aprovações do governo chinês ocorreram depois que ele se tornou presidente.

É difícil determinar com precisão, a partir dos registros fiscais, quanto dinheiro Trump gastou tentando fazer negócios na China, reconhece o jornal.

Os registros mostram que ele investiu pelo menos US$ 192 mil em cinco pequenas empresas criadas especificamente para realizar projetos no país asiático ao longo dos anos.

Essas empresas precisavam de pelo menos US$ 97,4 mil em despesas comerciais desde 2010, incluindo alguns pagamentos mais baixos de impostos e taxas contábeis em 2018. EFE

rml/phg