Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Aprovação do presidente do Chile cai a 9% após debate sobre saque de pensões

26/04/2021 23h04

Santiago, 26 abr (EFE).- A taxa de aprovação popular ao presidente do Chile, Sebastián Piñera, caiu para 9%, a menor marca de seu segundo mandato, em meio aos debates sobre um novo saque dos fundos de pensão.

O objetivo da medida, que já recebeu aval do Congresso é permitir aos segurados usar os recursos como auxílio contra a crise econômica provocada pela pandemia de covid-19.

Piñera mostrou-se inicialmente um ferrenho opositor do novo saque - o terceiro a ser realizado no país desde o início da pandemia.

A pesquisa Plaza Pública Cadem, que apontou o mau resultado de Piñera, havia registrado 9% de aprovação ao presidente em apenas uma ocasião, em fevereiro de 2020, em plena onda de protestos sociais no país.

O terceiro saque de fundos de pensão, que permitiria aos chilenos retirar 10% dos recursos de suas contas individuais administradas por entidades privadas, foi aprovado por esmagadora maioria no Congresso na última sexta-feira.

Entretanto, o futuro da iniciativa é incerto, já que o o governo a rejeitou, alegando que ela prejudica as futuras pensões dos cidadãos, e apresentou uma liminar ao Tribunal Constitucional para tentar derrubá-la.

Por fim, após intensas negociações, Piñera anunciou um projeto alternativo para saque de fundos que inclui o pagamento de impostos, um bônus para aqueles que ficarem sem valor depositado e um sistema de restituição para fortalecer as pensões através do aumento das contribuições.

"A queda na aprovação presidencial ocorreu especialmente entre a classe média, aqueles identificados com a direita e o centro", disse o instituto Cadem, que elaborou a pesquisa.

A aprovação do presidente chileno vem diminuindo desde fevereiro, quando atingiu 24%, estimulada pelo rápido processo de vacinação contra a covid-19, uma conquista que deu a Piñera algum espaço para respirar após meses de duros questionamentos a sua gestão nos primeiros meses da pandemia e nas reivindicações sociais nos protestos de 2019.

Entretanto, o agravamento da pandemia após as férias de verão, com uma segunda onda que obrigou a imposição de rígidas quarentenas que afetaram milhares de empresas, e a resistência do governo em relação ao saque das pensões fizeram com que a aprovação despencasse.

Os resultados da pesquisa são baseados em entrevistas realizadas em abril com 701 pessoas de 184 bairros do país. A margem de erro é de 3,7% para mais ou para menos.