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Agência da ONU reduz previsão de crescimento da América Latina pela guerra na Ucrânia

24.mar.2022 - Membro das Forças de Defesa Territoriais da Ucrânia participa de exercícios, em meio à invasão russa da Ucrânia, em Kiev, Ucrânia. - REUTERS/Mykola Tymchenko
24.mar.2022 - Membro das Forças de Defesa Territoriais da Ucrânia participa de exercícios, em meio à invasão russa da Ucrânia, em Kiev, Ucrânia. Imagem: REUTERS/Mykola Tymchenko

24/03/2022 18h40

Genebra (Suíça), 24 mar (EFE).- A economia da América Latina crescerá 2,3% em 2022, conforme apontou nesta quinta-feira a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, pela sigla em inglês), o que indica queda de 0,3% na previsão feita seis meses atrás.

A redução das expectativas tem relação com os efeitos negativos provocados pela guerra da Ucrânia no panorama global.

Os efeitos da alta dos preços dos combustíveis e dos alimentos poderiam, contudo, beneficiar países exportadores de matérias-primas, como a Argentina, que teve o crescimento revisado de 2,9%, previsto em setembro, para 4,6% no relatório de hoje.

Para o Brasil, a previsão foi reduzida, de 1,8% para 1,3%, mesmo índice do México, país para o qual se previa uma alta de 2,8%.

"Embora os números de crescimentos tenham se reduzido substancialmente, com relação aos níveis alcançados na fase de recuperação da pandemia (boa parte do ano passado), os exportadores de energia e matérias-primas, importante parte da produção regional, seguirão tendo crescimentos que compensem a situação", diz a nota da UNCTAD.

A agência da ONU destacou que o consumo das três principais economias da região, Argentina, Brasil e México, segue abaixo dos níveis anteriores à pandemia, enquanto outras apresentam forte recuperação, como no Chile e Colômbia.

Por outro lado, a recuperação do mercado de matérias-primas no ano passado permitiu a recuperação dos investimentos na Argentina, Brasil, Chile e Peru, depois da queda registrada em 2020, aponta o estudo apresentado hoje pela UNCTAD.

A agência fez um alerta sobre a forte desaceleração que pode acontecer no Brasil, "devido a um extremo endurecimento da política monetária" do país, assim como, possivelmente, na Argentina, diante da pressão da dívida externa.