PIB dos EUA recua pelo 2º trimestre seguido e acusa recessão técnica
Os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Escritório de Análises Econômicas (BEA) apontam o que é tradicionalmente considerado uma recessão técnica. O diagnóstico, no entanto, não é compartilhado pelo governo americano, que não acredita que o país esteja em um cenário recessivo, devido à robustez de sua economia.
No primeiro trimestre de 2022, o PIB dos EUA já tinha caído 1,6% na comparação com o mesmo conjunto de meses no ano passado.
Segundo o relatório do BEA, os fatores por trás dessas quedas são a alta inflação, problemas na cadeia de fornecimento e o aumento das taxas de juros.
Também houve declínios nos investimentos privados, imobiliários (residenciais e não residenciais), gastos dos governos federal, estaduais e municipais, que foram parcialmente compensados por aumentos nas exportações e nos gastos dos consumidores. Além disso, as importações aumentaram.
O governo do presidente Joe Biden e instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) vinham preparando terreno para os dados ruins divulgados hoje, insistindo que há indicadores econômicos suficientes para que os Estados Unidos não sejam considerados como país em recessão.
Em entrevista à Agência Efe na quarta-feira, Jared Bernstein, um dos assessores econômicos de Biden, alegou que a recessão é um conceito que leva em conta muitos fatores.
"A ideia de recessão é definida pelos economistas como um grande e persistente declínio na atividade econômica. Não são necessariamente dois trimestres de queda do PIB, especialmente se esses declínios forem leves", argumentou Bernstein, que, no entanto, disse que não queria pintar um "quadro excessivamente gentil" sobre a situação.
Os dados foram divulgados um dia depois que o Fed aumentou sua taxa de juros em 0,75 ponto pelo segundo mês consecutivo e não descartou outra elevação "inusualmente alta" em setembro se a inflação continuar aumentando.
Em junho, a inflação nos EUA atingiu 9,1%, um patamar que não se via desde 1981.
Na última terça-feira, o FMI anunciou suas previsões e calculou que a economia americana crescerá 2,3% neste ano e 1% em 2023, estimativas inferiores em 1,4 e 1,3 ponto, respectivamente, em relação às de abril.
A instituição afirmou que, embora não preveja que a economia dos EUA entre em recessão neste ano e no próximo, um "pequeno choque pode ser suficiente" para empurrá-la para este cenário. EFE
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