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Entidades empresariais se manifestam contra reoneração da folha de pagamentos

Caio Rinaldi

São Paulo

24/05/2018 13h49

A perspectiva de reoneração da folha de pagamentos de diversos setores produtivos da economia, proposta pelo governo federal como forma de compensar o corte de impostos (PIS/Cofins) sobre o óleo diesel, gerou reações negativas de entidades empresariais.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) classificou a medida como "equívoco". "Esta medida reduzirá a competitividade e aumentará o custo da mão de obra de setores importantes na geração de emprego", afirma a entidade, em nota.

Entre os setores que seriam prejudicados, caso a reoneração seja confirmada, a Fiesp aponta a indústria têxtil; de confecção; máquinas e equipamentos; mobiliário; calçados, entre outros, e alega que poderia até mesmo prejudicar o já fragilizado ritmo econômico. "Em alguns casos, poderá resultar em perdas de postos de trabalho", diz a Fiesp.

Ao mesmo tempo, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) expressou "repúdio" à estratégia do governo de condicionar a aprovação da pauta à solução da greve dos caminhoneiros.

"A medida acarretará perda de competitividade do setor industrial, limitando o já claudicante processo de retomada da atividade econômica e do emprego", afirma a Abinee.

No período da manhã, entretanto, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), decidiu retornar ao seu reduto eleitoral e não pautar a proposta, que já foi aprovada na quarta-feira na Câmara dos Deputados.

Desde 2014, 56 setores da economia tinham desoneração de alguns impostos na folha. O texto aprovado na Câmara prevê que a metade desses setores perderão o benefício logo após a sanção do projeto.

A outra metade manterá a desoneração pelos próximos três anos, só perdendo o benefício a partir de janeiro de 2021. A proposta aprovada também prevê zerar, até o final deste ano, a PIS-Cofins que incide sobre o óleo diesel.