Após fechar 223 mil lojas em três anos, varejo retoma inaugurações
O movimento de expansão do comércio foi captado por um estudo feito pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O levantamento indica que 2018 será o melhor ano para o setor desde 2013, quando o varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, cresceu 3,6% e registrou a abertura de 36,3 mil lojas, antes de mergulhar na crise.
"A recuperação neste ano, no entanto, tem sido gradual", diz o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes. Um sinal disso é que mais da metade das aberturas de lojas está concentrada em redes que vendem itens de primeira necessidade, como supermercados e farmácias.
A greve dos caminhoneiros, em maio, e a corrida eleitoral, no segundo semestre, abalaram a confiança de empresários e consumidores e tornaram mais lenta a retomada de todos os setores da economia, incluindo o varejo. A definição das eleições, segundo Bentes, melhorou as perspectivas.
O empresário Sergio Zimerman, presidente da varejista Petz, que vende produtos para animais de estimação, atribui a expansão da rede ao sucesso de seu modelo de negócio e à troca de governo. "Se as coisas não estivessem caminhado nessa direção, eu estaria preocupado", disse. A Petz abriu 18 novos pontos de venda em 2018. O último foi inaugurado neste sábado, dia 22, em São Paulo. Zimerman gastou R$ 100 milhões em expansão neste ano e pretende desembolsar o dobro no ano que vem, com 34 novas lojas.
A mudança de humor dos empresários, principalmente após as eleições, ficou evidente para Daniel Garcia, sócio-diretor do estúdio Jacarandá, um escritório de arquitetura especializado em varejo. "A aceleração dos projetos de novas lojas ocorreu no segundo semestre." Seu escritório deve fechar o ano com 165 projetos - 57% mais que em 2017.
Para 2019, Garcia tem 250 novas lojas na prancheta. Para dar conta do aumento de volume de trabalho, o arquiteto já ampliou em 30% o número de funcionários e vai dobrar o tamanho do escritório no ano que vem.
Segundo Bentes, da CNC, existe uma defasagem de ao menos seis meses entre o desempenho das vendas e as decisões de investimentos. Assim, a retomada vista neste ano reflete o crescimento de 4% do varejo no ano passado e de 5,3% até outubro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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