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Corte do juro é mais provável que alta em Brexit sem acordo, diz membro do BoE

Dow Jones Newswires

Londres

14/02/2019 08h25

Em um cenário de Brexit sem acordo, é mais provável que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) corte a sua taxa básica de juros, hoje em 0,75% ao ano, do que a aumente, afirmou nesta quinta-feira o membro do comitê de política monetária do BC britânico Gertjan Vlieghe.

Na semana passada, ao anunciar sua decisão de juros, o órgão decisório do BoE havia dito que poderia mover os juros básicos tanto em uma direção quanto na outra no caso de o Reino Unido deixar a União Europeia sem um período de transição para se ajustar a novas regras comerciais. Até aqui, os dirigentes da autoridade monetária têm dado poucas indicações sobre suas preferências pessoais.

Mas, em um discurso em Londres, Vlieghe providenciou um raro vislumbre sobre como ele provavelmente responderia a um Brexit sem acordo, que causasse uma ruptura econômica "severa".

"No caso de um cenário de nenhum acordo, julgo que um afrouxamento ou uma pausa prolongada na política monetária seria mais provavelmente a resposta apropriada na formulação de políticas do que um aperto", afirmou o economista, que é um dos quatro membros do comitê de política monetária, formado por um total de nove integrantes, que não trabalham para o BoE em tempo integral.

Segundo Vlieghe, podem-se imaginar cenários em que famílias e empresas esperem que o efeito negativo de uma separação brusca sobre a economia seja "razoavelmente persistente, e então reduziriam seu consumo e demanda por investimento mais intensamente que a ruptura de oferta em si".

Já quando se presume que o Brexit transcorra com um período de transição enquanto um novo acordo comercial é negociado entre Londres e Bruxelas, o BoE vem dizendo que provavelmente elevaria sua taxa básica de juros ligeiramente ao longo dos próximos anos. Mas Vlieghe pondera que uma desaceleração da economia global e o crescimento mais fraco no próprio Reino Unido significam que menos aumentos de juros serão necessários para manter a inflação na meta do BC britânico, de 2%.

"Quando falei da primeira vez sobre a trajetória futura da taxa bancária há um ano, pensei que uma ou duas elevações de um quarto de ponto porcentual por ano na taxa bancária fosse o caso central mais provável", ele disse. "Mas, desde então, a perspectiva econômica mudou."