Alimentos voltam a pressionar inflação dos mais pobres em fevereiro, diz Ipea
As famílias com renda muito baixa registraram taxa de inflação de 0,51% em fevereiro - contra 0,41% em janeiro e 0,21% em dezembro 2018 - devido ao aumento do ritmo de crescimento dos preços dos alimentos, em especial dos cereais (12,6%), das verduras (12,1%) e dos tubérculos (6,1%). "A contribuição de 0,36 ponto porcentual, vinda dos alimentos, explica 70% de toda a variação da inflação de fevereiro das classes mais pobres", explicou o Ipea em nota em seu site.
Por outro lado, a inflação de 0,53% observada no segmento de renda mais alta foi pressionada pelo grupo educação, cuja contribuição de 0,33 ponto porcentual é decorrente dos reajustes de 4,6% dos cursos regulares e de 3,2% dos cursos diversos.
"Deve-se destacar que parte do impacto do grupo educação foi amenizada pelo comportamento dos transportes, dado que as deflações dos combustíveis (-0,9%) e das passagens aéreas (-16,7%) acabam beneficiando muito mais os segmentos de renda mais alta, pois são estas classes que consomem estes bens e serviços", disse o Ipea.
As famílias de renda baixa registraram inflação de 0,42% em fevereiro; as de renda média baixa, de 0,40%; as de renda média, 0,39%; e as de renda média alta, de 0,43%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em fevereiro foi de 0,43%.
Nos últimos 12 meses, as famílias de renda muito baixa são também as com maior ajuste de preços, com alta acumulada de 4,16%, enquanto as famílias com renda mais alta acumulam inflação de 3,67%, a mais baixa do período. Na mesma comparação, o IPCA registra alta de 3,89%.
Ainda segundo o Ipea, a passagem de uma deflação de alimentos em fevereiro de 2018 para uma alta em 2019 explica este incremento da inflação das classes mais baixas. Já os reajustes mais baixos das mensalidades escolares e a queda nos preços dos combustíveis em 2019 são os principais fatores de alívio para a inflação dos mais ricos, quando comparada a 2018.
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