'Iniciar obras no faixa 1 agora é de uma inconsequência enorme'
Quais mudanças o governo estuda para o Minha Casa?
Temos trabalhado com a secretaria de habitação do MDR (Ministério de Desenvolvimento Regional). O modelo faixa 1, o próprio setor de construção já entendeu que não tem futuro. É preciso que haja outras fontes de financiamento e outras modelos de aplicação dos recursos que não dependam 100% do Orçamento.
Um modelo de mercado?
O FGTS já opera em modelo de mercado no faixa 2 para pessoas que têm renda de dois a três salários. O FGTS está pagando uma boa parte dessa parcela. Se cada um de nós concorda ou não que o dinheiro do trabalhador seja doado é outra discussão. O que estou dizendo é que o FGTS com R$ 9, 6 bilhões, R$ 10 bilhões por ano de descontos pode fazer mais do que faz.
Para baixa renda?
Isso. Pode gastar menos e fazer mais.
O que fazer para mudar esse quadro?
Mudando a maneira de alocar o recurso. É criando o fundo garantidor, é trabalhando com o compartilhamento de risco de outras formas. Ao usar só as regras hoje vigentes do Minha Casa, estamos perdendo oportunidades de ganho de eficiência de uso dos recursos do fundo. Isso está sendo trabalhado no âmbito do conselho curador. Estamos discutindo com Estados e outros agentes financeiros oficiais para que deem sugestões de compartilhamento de risco de crédito, de arranjo, para operar.
Mas há a pressão da construção civil?
Sim. Eu disse para eles o seguinte: faixa 1 vocês precisam entender que não é má vontade; é que realmente não tem dinheiro. Estamos fazendo um esforço para não paralisar mais obras. Mas iniciar obras novas no faixa 1 agora é de uma inconsequência enorme. O que o governo está dizendo é que no faixa 1 não tem condição de abrir contratação nova. Não façam isso! Eu deixei isso claro na reunião de comunicação.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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