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58% dos benefícios do abono vão para os 50% mais ricos da população

"Temos que ter o desafio de tornar o gasto público mais distributivo", defendeu o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida - Alan Marques/Folhapress
"Temos que ter o desafio de tornar o gasto público mais distributivo", defendeu o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida Imagem: Alan Marques/Folhapress

Eduardo Rodrigues e Idiana Tomazelli

Brasília

28/11/2019 17h30

O subsecretário de Planejamento Estatístico da Política Fiscal, Pedro Jucá, citou nesta quinta-feira estudo do Tesouro Nacional que mostra que 58% dos benefícios do abono salarial são direcionados aos 50% mais ricos da população brasileira. O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, acrescentou que o benefício não é eficiente na distribuição de riqueza porque não é focalizado na população mais pobre.

"O filho de bilionário que esteja no primeiro emprego e receba entre 1 e 1,5 salário pode ter direito a abono. É a regra do benefício. Já o Bolsa Família, pelo contrário, vai de fato para mais pobres, é bem focalizado. O Bolsa Família é um programa barato, que custa cerca de 0,5% do PIB", avaliou. "Temos que ter o desafio de tornar o gasto público mais distributivo", acrescentou o secretário do Tesouro.

Na tramitação da reforma da Previdência, o governo tentou restringir o pagamento do abono salarial - pago aos trabalhadores que recebem 2 salários mínimos - apenas para aqueles com renda de até R$ 1.364,43 por mês. Mas um destaque aprovado no parlamente manteve as regras atuais.

"A derrubada da mudança no abono significa que ela nunca mais será discutida? Não. Eventualmente podemos chegar a um momento com ambiente político (para mudar o abono). Eu preferia que economia do abono fosse integralmente para Bolsa Família", completou Mansueto.