Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Petrobras comemora 67 anos com manifestações e discursos de Lula e Dilma

Protesto conta a privatização de parte da Petrobrás, realizado em frente a cede da empresa, na cidade do Rio de Janeiro, neste sábado - Gabriel Bastos/Estadão Conteúdo
Protesto conta a privatização de parte da Petrobrás, realizado em frente a cede da empresa, na cidade do Rio de Janeiro, neste sábado Imagem: Gabriel Bastos/Estadão Conteúdo

Fernanda Nunes

No Rio

03/10/2020 12h26

O aniversário de 67 anos da Petrobras neste sábado será marcado por uma série de manifestações promovidas por sindicatos representantes de empregados da empresa filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP). Às 15 horas vai acontecer um ato virtual 'Pela soberania nacional, em defesa do povo brasileiro', com a presença dos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Uma faixa com o dizer 'Petrobras Fica - se você deixar, vai acabar' foi estendida nos Arcos da Lapa, no Centro do Rio, próximo à sede da empresa.

As manifestações são, principalmente, contra a venda de ativos da companhia, que está concentrando sua atuação em campos produtores de petróleo e refinarias do Rio de Janeiro e São Paulo. Essa estratégia levou parlamentares e governadores a articularem a campanha 'Petrobras, Fica', pela manutenção da empresa em outras regiões do País, algumas delas com suas economias dependentes da estatal, como antecipou o Broadcast.

Na última quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal autorizou a petrolífera a vender refinarias sem se submeter ao Congresso. As mesas do Senado e do Congresso haviam contestado essa postura, com o argumento de que ela fere a Constituição. Ontem, o STF derrubou ação direta de inconstitucionalidade, que questionava o direito dado à Petrobras de comprar bens e serviços para projetos de exploração e produção de petróleo e gás e vender ativos sem licitação, nas mesmas condições da iniciativa privada.

A FUP, em comunicado, destaca que a venda de ativos e adequação de portfólios faz parte da realidade de qualquer empresa. Mas, no caso da Petrobras, segundo a entidade, o programa de desinvestimento acelerou nos últimos anos, enquanto o orçamento retornou ao patamar de 2005.

Já o número de empregados foi reduzido em 32,7%, de dezembro de 2013 a dezembro de 2019. Entre os terceirizados, a baixa foi de 273,15 mil, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

"A Petrobras, que é uma empresa brasileira, que opera, investe e emprega de norte a sul do País, está virando uma companhia que opera só no Rio de Janeiro e São Paulo, situação que vai piorar com a venda das refinarias. O que vai sobrar da gigante Petrobras?", afirma Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP, no comunicado.