Sindicato diz que não houve reunião com presidente do BC; greve deve continuar
O presidente do Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, afirmou que a reunião esperada para a manhã desta terça-feira com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, não ocorreu e que, assim, a posição do sindicato é pela continuidade da greve dos servidores da autarquia, que já está no 12º dia. A categoria terá assembleia geral às 14 horas para decidir os rumos do movimento.
De última hora, o BC passou a prever na agenda da diretora de Administração, Carolina de Assis Barros, uma reunião de 11 horas às 12 horas desta terça com os sindicatos que representam os servidores do órgão.
Segundo Faiad, contudo, a reunião não avançou em nada e serviu apenas para a diretora informar que não haveria mais a conversa com Campos Neto até que tivesse uma sinalização mais concreta de proposta para as demandas da categoria.
Os servidores do BC pedem recomposição salarial de 26,3% e reestruturação de carreira, como a mudança do nome do cargo de analista e a exigência de ensino superior para a carreira de técnico.
"Não haverá reunião com o presidente Roberto. Ele só vai se reunir com a gente quando tiver notícias da proposta", disse, ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Questionado sobre se houve indicação de que Campos Neto continua buscando uma proposta para os servidores e se o assunto poderia estar incluído na pauta do almoço com o ministro da Economia, Paulo Guedes, às 13 horas, Faiad disse apenas que não houve indicação e que não sabe se o tema será abordado.
A greve dos servidores do BC começou no dia 1º de abril e tem prazo indeterminado. O movimento já atrasa a divulgação de diversos indicadores e relatórios da autarquia, como o Boletim Focus, que é uma importante bússola do mercado sobre os rumos da economia brasileira.
O "apagão de dados" ocorre também em um momento crucial para a política monetária. Ontem, Campos Neto indicou que o BC vai analisar se houve mudanças na tendência após a surpresa com o IPCA - índice oficial de inflação - de março (1,62%).
O movimento deve ainda afetar a publicação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de fevereiro, cuja divulgação estava marcada para o dia 14. Os dados do fluxo cambial não têm atualização há duas semanas. Da mesma forma, o BC não divulgou as notas de setor externo, crédito e fiscal de fevereiro.
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