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Guedes defende maior integração e volta a falar da moeda única 'peso-real'

Guedes participou de um evento sobre América Latina em Davos - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Guedes participou de um evento sobre América Latina em Davos Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Altamiro Silva Junior

Estadão Conteúdo, Davos

25/05/2022 09h40

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar da possibilidade de uma moeda comum entre Brasil e Argentina, o "peso-real", um tema que já havia aventado em 2019. "Eu acho que vamos ver, provavelmente, o peso-real", disse em evento no Fórum Econômico Mundial ao defender maior integração na América Latina e falando de um cenário para 15 anos.

Guedes falou da pandemia e da disrupção das cadeias de produção, que provocou inflação nos mais diferentes países. Depois veio a guerra da Ucrânia, que exacerbou estes movimentos e está levando os bancos centrais a acelerar as altas de juros. "A inflação global está subindo, os preços de alimentos e petróleo estão subindo", disse ele. "Águas turbulentas pela frente."

Nesse ambiente, o Brasil e a América Latina são essenciais para prover segurança alimentar e energética para a Europa, disse Guedes.

Em viagem recente aos Estados Unidos, o ministro contou que ouviu da secretária de Tesouro, Janet Yellen, que o cenário de investimento no mundo mudou, em meio a uma alta dos riscos geopolíticos. Nesse ambiente, para receber investimentos e para o comércio, os países precisam estar próximos, o conceito de "nearshoring", e além disso, serem alinhados, o "friendly-shoring". "Este é o novo ambiente", disse Guedes.

Guedes participou de um evento sobre América Latina, para discutir empreendedorismo e práticas de governança, sociais e ambientais na região, que formam a sigla ESG. No mesmo evento, o fundador e CEO do Nubank, David Velez, contou a história do banco e falou do número ainda alto de pessoas sem acesso a bancos na região.