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Bolsonaro diz que Zona Franca de Manaus 'jamais' será atingida negativamente pelo governo

Jair Bolsonaro (PL) - EPA/JOEDSON ALVES
Jair Bolsonaro (PL) Imagem: EPA/JOEDSON ALVES

Antonio Temóteo e Sandra Manfrini

Em Brasília

28/05/2022 20h31Atualizada em 28/05/2022 20h32

Em discurso para uma plateia de evangélicos durante a Marcha para Jesus em Manaus, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste sábado, 28, que a Zona Franca não será afetada por medidas econômicas do governo.

"A Zona Franca de Manaus jamais será atingida por esse governo. Esse governo reduz impostos em todo o Brasil e a redução de impostos é benéfica para todo o País. Ninguém perderá nada aqui reduzindo imposto como IPI Imposto sobre Produtos Industrializados. Nunca vi um país crescer aumentando ou criando novos impostos", disse.

Como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o governo ampliou redução das alíquotas de IPI de 25% para 35%, mas a medida foi suspensa parcialmente por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão vale para produtos que são produzidos em todo o País que concorrem com itens fabricados na Zona Franca de Manaus e atende um pedido do partido Solidariedade.

Na ação, o partido argumentou que reduzir o IPI para produtos de todo o Brasil que concorrem com o da Zona Franca reduz a vantagem dos itens fabricados em Manaus, que já contam com desoneração, o que, segundo o Solidariedade, afeta o desenvolvimento da região e a preservação ambiental.

O governo recorreu da decisão e aguarda a avaliação do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Pauta de costumes

Em um breve discurso conservador, o presidente afirmou ser contra o aborto, bem como contra os quem o defendem. "Temos um só Deus, um só senhor. Quem serve a dois senhores não é digno de nos representar. Somos contra a ideologia de gênero. Nós respeitamos as nossas crianças em sala de aula. Nós somos contra a liberação das drogas. Também somos contra a liberação de jogos de azar no Brasil", afirmou para uma plateia de evangélicos que acompanhou a Marcha na capital amazonense.

Na pesquisa Datafolha divulgada nesta semana, Bolsonaro tem 39% das intenções de voto entre os evangélicos para o primeiro turno da eleição, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 36%, em um empate técnico no limite da margem de erro, de dois pontos porcentuais.

Na semana passada, Bolsonaro participou da Marcha para Jesus em Curitiba (PR), onde disse que "só Deus" o tira da cadeira de presidente da República. Nesta sexta, 27, ele esteve em Goiânia na convenção nacional da Assembleia da Deus do Ministério Madureira, em outra articulação de aliança com caciques evangélicos. Também está prevista a participação do presidente na Marcha para Jesus em Cuiabá, no dia 18 de junho, em Balneário Camboriú (SC), no dia 25, e em São Paulo, a maior do País, em julho.

Sem citar o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro aproveitou seu discurso deste sábado para criticar o período em que o País foi governado pelo PT. "Sabemos o que o outro lado quer fazer e sabemos o que eles fizeram no passado. E não queremos retornar à época sombria onde imperava a corrupção, o desmando e o ataque à família brasileira."

Segundo o presidente, o Brasil e o mundo passam por momentos difíceis em razão da pandemia da covid-19 e também da guerra entre Rússia e Ucrânia. "Mas sabemos que esses momentos difíceis estão chegando ao final. Brevemente a questão material se regularizará no nosso país."

A Marcha para Jesus é organizada por diferentes igrejas no País e reúne principalmente evangélicos pentecostais e neopentecostais. As mais recentes pesquisas eleitorais mostram o público evangélico dividido nas eleições, com tendência de apoio maior a Bolsonaro, mas com índices menores da adesão de 2018.