Silvina Batakis é a nova ministra da Economia da Argentina
Após a renúncia de Martín Guzmán do ministério da Economia da Argentina, Silvina Batakis, foi escolhida pelo presidente Alberto Fernández para comandar a pasta. A porta-voz do governo argentino, Gabriela Cerruti, fez o anuncio em seu Twitter na noite deste domingo, 3. "Batakis é uma renomada economista que cumpriu essa função na província de Buenos Aires entre 2011 e 2015", escreveu Cerruti. À época, o ex-embaixador da Argentina no Brasil Daniel Scioli era o governador da província.
Em seu Twitter, Scioli, que atualmente ocupa o ministério de Desenvolvimento Produtivo, elogiou a decisão e escreveu sobre Batakis: "uma pessoa de grande qualidade humana e extensa formação profissional. Uma trabalhadora incansável com um grande sentido de responsabilidade e uma experiência notável".
Em sua formação acadêmica constam: graduação em Economia pela Universidade Nacional de La Plata, mestrado em Finanças Públicas Provinciais pela mesma universidade e mestrado em Economia Ambiental pela Universidade de York, na Inglaterra.
Próxima do kirchnerismo
Para aplacar a crise política deflagrada pela renúncia de Martín Guzmán, o presidente Alberto Fernández escolheu como sucessora um nome próximo ao grupo liderado pela vice-presidente Cristina Kirchner. A nova titular da pasta, Silvina Batakis, foi sugerida por Kirchner, de acordo com vários veículos da imprensa argentina.
A economista de 53 anos circula há décadas entre círculos kirchneristas. Entre 2011 e 2015, comandou a equipe econômica da província de Buenos Aires durante a gestão do então governador Daniel Scioli, um dos principais aliados de Kirchner.
Quando se lançou candidato à presidência em 2015, Scioli sinalizou que designaria Batakis para o ministério da economia. Ele, no entanto, foi derrotado por Mauricio Macri. Atualmente, Batakis atua como secretária de províncias do Ministério do Interior, que é chefiado pelo peronista Eduardo "Wado" De Pedro.
A escolha representa um aceno de Fernández a Kirchner. Segundo o jornal El Cronista, os dois tiveram uma conversa telefônica por 25 minutos na noite de domingo, na qual a decisão teria sido comunicada. A vice-presidente vinha fazendo duras críticas públicas à gestão de Guzmán, insatisfeita sobretudo com os planos de redução dos gastos públicos.
A diminuição do déficit fiscal era um das contrapartidas exigidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para um programa de reestruturação de US$ 44 bilhões em dívida da argentina com o organismo multilateral. Kirchner expressou publicamente a oposição aos termos do acordo e rejeitou a ideia de que a política econômica expansionista tenha sido responsável pela escalada da inflação no país.
Ao anunciar a renúncia, no sábado, Guzmán não citou especificamente os motivos que levaram à decisão, mas a carta em que comunicou a saída foi divulgada no mesmo momento em que Kirchner repetia as críticas a ele.
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