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'Eixo do crescimento da economia brasileira é agora o setor privado', diz Guedes

Paulo Guedes, ministro da economia - Mariana Pekin
Paulo Guedes, ministro da economia Imagem: Mariana Pekin

Eduardo Laguna e Vinicius Neder

São Paulo e Rio

20/10/2022 14h31Atualizada em 20/10/2022 16h25

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reiterou nesta quinta-feira, 20, a expectativa de crescimento de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, ao citar a última previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de avanço de 2,8% da atividade.

Citando compromissos de R$ 908 bilhões em investimentos nos próximos dez anos durante reunião de diretoria da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), na sede da entidade no Rio, Guedes disse mais uma vez que o governo mudou o eixo do crescimento: dos investimentos públicos para os investimentos privados. "O eixo de crescimento da economia brasileira agora é o setor privado", declarou durante evento onde também citou uma onda de investimentos a caminho em energia renovável.

"Com a guerra, os investimentos têm que estar perto e em países amigos ... Todo mundo olha para o Brasil", frisou Guedes, que também mencionou que o País tinha feito a abertura política, mas não econômica.

O ministro disse ainda que o País terá R$ 150 bilhões para programas sociais, no que chamou de "maior erradicação da pobreza que Brasil já viu", ao destacar a orientação da política econômica de combinar mercado forte com "mão amiga" a programas sociais.

OCDE

Paulo Guedes também disse que o Brasil só tem mais 45 requisitos, de um total de 230, a entregar no processo de adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Segundo o ministro, o Brasil já teve 108 requisitos aceitos e outros 77 sendo analisados pela organização. "Faltariam 45 apenas. O Brasil está muito à frente dos outros países", disse Guedes durante a reunião da CNC.

Guedes aproveitou o evento para, mais uma vez, destacar o descolamento do Brasil em relação às economias desenvolvidas - onde, ressaltou, "os problemas estão apenas começando" - e frisou o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal. Ele pontuou que, pela primeira vez desde 2012/2013, as contas públicas voltarão a apresentar superávit fiscal nos três níveis de governo.

Ao falar da reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial na semana passada em Washington (EUA), o ministro disse que o clima foi de estagflação, certo desalento e um quadro "sombrio" para a economia global. Em uma comparação com a inflação em queda no Brasil, Guedes disse que, dentro do G-20, apenas Arábia Saudita, China e Japão estão com os preços subindo menos do que no País.

Ao mesmo tempo em que as economias ricas beiram a recessão, Guedes reafirmou que a América Latina está "desmanchando".

O ministro também citou "reformas invisíveis" feitas pelo governo, em referência à aposentadoria de 40 mil funcionários públicos, aliviando assim a folha pública, e digitalização dos serviços públicos.

Programas sociais

Paulo Guedes disse que o Brasil já começou a percorrer um caminho de prosperidade, citando, além de mais de R$ 900 bilhões em investimentos nos próximos dez anos, a expansão de programas sociais, que assegura o crescimento do consumo.

Guedes voltou a dizer que os pagamentos do Auxílio Brasil representam três vezes mais do que a transferência de renda feita em governos anteriores.

"Estamos com programas sociais três vezes mais potentes, com 1,5% do PIB", disse Guedes, acrescentando que, com esse valor, o consumo da baixa renda está garantido.

A empresários dos setores de comércio e serviços, o ministro projetou para os próximos dez anos um crescimento de 3,5% a 4% da economia brasileira ao ano se o País avançar em reformas e manter as políticas atuais.

"Temos que seguir fazendo o que já começamos ... A resposta é o Brasil continuar crescendo", declarou Guedes, em meio à campanha do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), pela reeleição.