Lira terá reunião sobre acordo 'fora do Congresso' para MP do Carf
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que tem uma reunião hoje com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, para tratar da medida provisória (MP) que retomou o voto de desempate a favor do governo em julgamentos do Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais).
O deputado disse que quer informações sobre o acordo feito "fora do Congresso" com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre o assunto.
"Eu tenho hoje à tarde, assim que chegar em Brasília, uma reunião com o secretário Galípolo para que ele explique que acordo foi esse construído fora do Congresso Nacional com a medida provisória em curso", disse Lira, durante reunião do Conselho Político e Social (COPS) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
O presidente da Câmara defendeu que haja no País segurança jurídica e previsibilidade para empresas e disse que a Casa tem sido uma "fiadora" de inovações e da defesa de quem produz. "Havia um descontentamento na questão dos desempates, porcentualmente em um número muito grande pró-Receita", afirmou.
Durante evento do BTG Pactual, em 15 de fevereiro, Lira havia dito que o Congresso "não vai se fiar" no acordo sobre o Carf.
No dia anterior, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia entregado ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, um acordo entre a OAB e o governo sobre o "voto de qualidade" do Carf. O entendimento mantém o voto a favor do Fisco, mas garante que não haverá multa aos contribuintes.
O pagamento da dívida, nesse caso, seria acrescido somente da taxa básica de juros, a Selic. Se já aplicadas em casos antigos, as multas seriam extintas.
O documento também prevê prazo de três meses para que o contribuinte e a Fazenda possam negociar o parcelamento da dívida em 12 meses. Se o contribuinte decidir pagar e não questionar a dívida na Justiça, haverá supressão dos juros.
O Carf é o tribunal administrativo que julga recursos dos contribuintes a autuações da Receita Federal antes de os processos irem à Justiça.
Em 2020, o Congresso havia aprovado o fim do chamado "voto de qualidade", que permitia o desempate nos julgamentos a favor do governo. O dispositivo, contudo, foi retomado com a MP editada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Carf é composto por 130 conselheiros. Metade dos membros são auditores fiscais, que representam a Fazenda Nacional. O restante é composto por integrantes de confederações e entidades de classe, que representam os contribuintes.
O "voto de qualidade" dava a um representante da Fazenda Nacional o direito de desempatar os julgamentos. Com o fim do instrumento em 2020, passou a valer o entendimento de que, em caso de empate, a decisão seria favorável ao contribuinte.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.