Taxar o uso do Pix seria 'uma loucura', afirma diretor do Banco Central
Em Brasília
04/09/2023 15h11Atualizada em 04/09/2023 16h40
Questionado sobre a eventual possibilidade de se criar um imposto sobre as transações realizadas pelo Pix, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central (BC), Renato Dias de Brito Gomes, avaliou hoje que taxar o uso do instrumento seria "uma loucura".
"Espero que não. Não é assunto do Banco Central, mas seria uma loucura", afirmou Gomes, na live semanal da instituição.
O diretor repetiu que o Pix Internacional é uma das prioridades em desenvolvimento pelo BC e negou que o instrumento tenha o objetivo de substituir o uso dos cartões de crédito, como aventou o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, na semana passada.
"O grande impacto do Pix é substituir dinheiro, que vai sempre existir, mas é um meio de pagamento ineficiente. Quanto mais houve migração de dinheiro para meios digitais, sobretudo o Pix, melhor. A preocupação do Pix não é substituir cartão de crédito, que oferece também outros serviços. Mas o crédito é uma grande avenida de desenvolvimento para o Pix", completou.
Gomes ainda apoiou o movimento dos servidores do Banco Central pela reestruturação da carreira do órgão. "A equipe que trabalha no Pix entregou muito, e um dos grandes desafios para seguir na agenda evolutiva é a moral da equipe, devido à avaliação de que a carreira do Banco Central não é devidamente valorizada", concluiu.
O Banco Central publicou nesta segunda-feira o "Relatório de Gestão do Pix - Concepção e primeiros anos de funcionamento 2020-2022", com as principais estatísticas do instrumento até o ano passado.
O documento mostra, por exemplo, que a maior transação já realizada pelo Pix teve o valor de R$ 1,2 bilhão, em dezembro de 2022.