Nubank tem salto de 167% no lucro líquido no 1º tri, para US$ 378 milhões
São Paulo
14/05/2024 17h57
O Nubank anunciou nesta terça-feira, 14, lucro líquido de US$ 378,8 milhões em sua holding no primeiro trimestre deste ano, um salto de 167% em relação ao mesmo período do ano passado. As receitas do banco, que este mês superou a marca de 100 milhões de clientes no mundo, fecharam março em patamar recorde, de US$ 2,7 bilhões, crescimento de 64%, puxado pelo aumento do crédito, com o avanço de linhas como empréstimo pessoal e cartão de crédito.
O retorno anualizado sobre o patrimônio (ROE, na sigla em inglês) do banco digital saiu de 11% há um ano e fechou o primeiro trimestre em 23%, e chega a 27% se considerar o resultado ajustado, nos dois casos um dos mais altos do sistema bancário brasileiro. O BTG Pactual fechou o primeiro trimestre com 22,8%. No Itaú, o indicador consolidado ficou em 21%. No caso do banco digital, se for considerar apenas a operação do Brasil, a rentabilidade sobre o patrimônio supera 40%.
"Mesmo em um trimestre sazonalmente fraco conseguimos superar as expectativas e ter retorno sobre o capital de mais de 27%", disse o diretor financeiro do Nubank, Guilherme Lago. Os três primeiros meses do ano costumam ser marcados por maior inadimplência e perda de fôlego do consumo, por causa dos maiores gastos das pessoas de final de ano.
No Nubank, a inadimplência de curto prazo, para atrasos entre 15 a 90 dias, subiu de 4,1% do final do quarto trimestre de 2023 para 5% em março. Para atrasos acima de 90 dias subiu de 6,1% para 6,3%.
Lago observa que, além de a sazonalidade explicar a alta dos números, o Nubank aumentou sua carteira de crédito pessoal, uma linha mais arriscada e, portanto, mais rentável. Em um ano, a carteira do segmento saiu de R$ 2,4 bilhões para R$ 4,5 bilhões. Com isso, subiu de uma participação de 18% da carteira para 23% ano final do primeiro trimestre, porcentual que tende a continuar em expansão, segundo o executivo.
Para os próximos trimestres, Lago não descarta novos aumentos de inadimplência. "Esperamos que a inadimplência fique estável ou até aumente, porque empréstimo pessoal vai continuar crescendo mais rápido que cartão", disse ele. "Não estamos em um negócio de minimizar indicadores de inadimplência, estamos em um negócio de maximizar a receita ajustada pelo risco."
Crédito
A carteira total de crédito do Nubank cresceu 52% em um ano, fechando o primeiro trimestre em US$ 19,6 bilhões. O cartão de crédito continua ganhando força, observa Lago, citando que o 'roxinho' chegou a 15% de participação do mercado brasileiro, o segundo maior emissor de cartões no Brasil, atrás do Itaú.
Entre outros indicadores, o custo médio mensal de atendimento por cliente ativo ficou praticamente inalterado, em US$ 0,90. Já a receita média por cliente (Arpac, na sigla em inglês) chegou a US$ 11,4, aumento de 30% em 12 meses. Em clientes, foram adicionados 5,5 milhões de novos no primeiro trimestre.