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Não achamos desejável acordo global para taxação de super-ricos, diz Yellen no G20

Yellen participa do G20 nesta quinta-feira (25) Imagem: Nelson Almeida/AFP

Rio

25/07/2024 12h54

A secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, afirmou nesta quinta-feira, 25, que os EUA apoiam a tributação progressiva nos limites de cada país, mas afirmou que os Estados Unidos não consideram "necessário ou desejável" negociar um acordo global com relação à chamada taxação de super-ricos.

A taxação dos super-ricos em âmbito internacional vem sendo defendida pela presidência brasileira do G20 na trilha financeira, mas a abordagem do tema em documento, mesmo que separado do comunicado de ministros da economia, tem sofrido resistências. Agora, em que pese o incentivo público de Yellen, os EUA deixam ainda mais claro o entendimento de que o tema deve permanecer restrito a cada país.

"Acreditamos que a proposta do Brasil de taxar super ricos é relevante", disse. Os EUA apoiam firmemente a tributação progressiva e que a alta renda pague a cota devida", disse, para, em seguida, pontuar que "não é necessário ou desejável negociar acordo global em relação a isso"

Os comentários foram feitos durante coletiva à imprensa após participar da primeira reunião de ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do grupo das 20 maiores economias do globo (G20), que ocorre hoje e amanhã no Rio de Janeiro.

Ainda sobre tributação, a secretária comentou que os EUA continuam trabalhando na implementação dos pilares 1 e 2 recomendados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para evitar a elisão e guerra fiscais.

"Os resultados disso podem ser vistos globalmente. No caso do pilar 2, ao longo das décadas, o que vimos foi uma corrida. Países que competem entre si junto a multinacionais para ver quem oferece o imposto menor". Segundo Yellen, isso é "contraproducente" e "só enriquece as corporações às custas dos trabalhadores americanos".

Ela disse, ainda, que a continuidade da implantação dessas recomendações da OCDE deve continuar nos EUA, independentemente de quem vencer a próxima disputa eleitoral para a Casa Branca.

"Estamos em contato próximo com os congressistas de ambos os partidos. Para eles, independentemente de quem venha a ser o novo governo, é importante esse trabalho", declarou.

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