Corte de gastos 'está fechado' e será anunciado em breve, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o pacote de cortes de gastos "está fechado" com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e que o anúncio ocorrerá "brevemente". A declaração ocorreu em entrevista à emissora CNBC, gravada na sexta-feira (15) e exibida neste domingo (17).
"Está fechado com o presidente o conjunto de medidas. Nós vamos anunciar brevemente, porque está faltando a resposta de um ministério", declarou. Questionado, ele revelou que o entrave envolve o Ministério da Defesa. "Nós tivemos boas reuniões com o ministro [José Múcio] e com os comandantes das forças", afirmou
O presidente Lula pediu para incorporar o máximo possível para aproveitar o ensejo e já corrigir distorções. O objetivo é que o Brasil continue crescendo, com sustentabilidade. Porque, se você tiver distorções, o arcabouço fiscal pode perder credibilidade, e o pessoal falar: olha, o governo está saindo do acordado.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Segundo Haddad, o conjunto de medidas fiscais "diz respeito à evolução da despesa". "Como ela vai continuar crescendo? De forma ordenada, dentro das regras, ou colocando em risco a sustentabilidade? Nossa opção é a primeira: vamos colocar dentro das regras para garantir a sustentabilidade do que foi pactuado com a sociedade", disse.
O ministro mencionou ainda o que chamou de "agenda de combate ao gasto tributário", que é, de acordo com ele, "aquela pessoa que tem renda e não paga imposto". "Nós herdamos dez anos de déficit público que impediu o Brasil de crescer como nós gostaríamos, como ele está crescendo agora. Nós queremos crescimento robusto e sustentável: com baixa inflação, geração de empregos e oportunidades", afirmou.
Nós precisamos virar essa página. Então, nós precisamos fazer com que a despesa cresça num ritmo moderado e a receita seja recomposta, porque se perdeu muito da receita, dando benefício para empresário.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
De acordo com o ministro, as medidas vão possibilitar a queda dos juros e o aproveitamento do que chamou de "onda de desenvolvimento". "Nós estamos trabalhando no plano da despesa, moderar a expansão, para caber dentro das regras fiscais, e do ponto de vista da receita, recompor o que foi perdido ao longo desses dez anos", disse Haddad.
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