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Crianças da nova classe média sabem argumentar melhor do que as da elite

11/10/2011 15h25

SÃO PAULO – Estudo aponta que as crianças pertencentes às famílias da nova classe média sabem argumentar com seus pais, quando querem algo, de forma melhor quando comparadas às crianças da elite.

De acordo com um levantamento do DataPopular, as crianças da nova classe média sabem o que querem e utilizam elementos como seu desempenho nos estudos e o auxílio nos afazeres domésticos como arma de negociação, sem ter que recorrer à birra.

Como as mães decidem

O estudo constatou que, se por um lado a palavra final é da mãe, estas consideram a dedicação de seus filhos nos estudos e sua ajuda em casa na hora de decidir se realizam ou não os desejos das crianças.

A questão do estudo é de grande importância, observa o relatório, isso porque, no universo popular, fazer com que seu filho se forme é sinônimo de realizar um sonho ou de proporcionar o que os pais não tiveram. Assim, usar os estudos como argumentação na hora de lutar por algo parece funcionar.

Falta de limites
Os pais de crianças brasileiras mostraram que boa parte do problema dos seus filhos é a falta de limites. Na classe AB, 82% dos pais pensam assim, na classe C, a porcentagem é de 77% e na classe DE, é de 71%.

O estudo também apontou que quanto menor a renda, maior é a dificuldade dos pais em dizer não para seus filhos. Na classe DE, 61% afirmaram que têm dificuldades em dizer não aos seus filhos. Na classe AB e C, o percentual dos que sentem o mesmo é de 44% e 51%, respectivamente.

Crianças e tecnologia
O estudo revelou que o aparelho celular está presente, sobretudo, entre as crianças das classes A e B. No primeiro caso, no topo da pirâmide, 79% das crianças possuem um aparelho de telefone móvel. Na classe B, o percentual é de 61%. 

Na classe C a porcentagem é ligeiramente menor, sendo que 36% das crianças dessa faixa de renda possuem um celular. À medida que a renda diminuiu, nota-se que a parcela das crianças com um celular também cai: classe D, com 19%, e classe E, com 13%. 

Ainda falando sobre tecnologia, o estudo constatou que tanto as crianças quanto os adolescentes no Brasil já aprenderam a negociar com seus pais quando querem um celular. Para que sejam atendidos, segundo o estudo, os argumentos mais utilizados são sobre a durabilidade, o preço e também a qualidade do produto.