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Por que os investidores estrangeiros são importantes para o mercado nacional?

27/10/2011 17h53

SÃO PAULO – “Investidor estrangeiro entra com R$ 1,4 bilhão na Bovespa em julho”. “Estrangeiros saem com R$ 399 milhões da Bovespa em agosto”. Esses são os títulos de duas matérias do portal InfoMoney deste ano e tratam de um assunto que está sempre em destaque no noticiário econômico nacional: a participação dos investidores estrangeiros no nosso mercado.

Mas por que o fato dos investidores estrangeiros comprarem ou venderem mais ações no Brasil influencia nas suas aplicações na bolsa de valores?

Para começar, cerca de um terço de todas as transações efetuadas na Bolsa partem dos terminais de investidores internacionais. Estes aplicadores têm, portanto, força para determinar os rumos do mercado acionário nacional e frequentemente o fazem. “Eles quase sempre ditam a tendência do mercado”, afirma o economista-chefe da corretora Souza Barros, Clodoir Vieira.

O economista ressalta que quando os investidores estrangeiros resolvem vender suas ações em peso, a direção da nossa bolsa costuma ser para baixo. O mesmo acontece quando eles entram comprando.

Este ano, por exemplo, os investidores internacionais saíram com US$ 796,3 milhões da bolsa brasileira (segundo dados da BM&FBovespa atualizados até o dia 24 de outubro). No mesmo período, o Ibovespa (principal índice da bolsa paulista) recuou 17,91%.

“Quando o estrangeiro começa a comprar no Brasil, ele traz mais perspectivas para os investidores nacionais que também começam a ir às compras. Isso faz com que a bolsa entre em trajetória de alta”, afirma Vieira.

Quando os estrangeiros não operam, o volume de negócios na bolsa brasileira diminui bastante e a tendência é que ela fique sem um “norte”. No último feriado nos EUA, dia 5 de setembro, por exemplo, o volume de negócios na bolsa paulista foi de apenas R$ 3,3 bilhões, cerca da metade do volume negociado normalmente. “O investidor estrangeiro tem um peso muito grande no volume”, diz Vieira.

Para atrair estrangeiros
Com objetivo de atrair investidores internacionais para o mercado brasileiro, a consultoria KPMG disponibiliza um guia de investimentos com dados para que o investidor consiga ter uma melhor compreensão sobre a economia, o sistema político, a legislação, o mercado interno e o sistema tributário brasileiro.

A publicação é voltada principalmente para aqueles que pretendem fazer investimentos diretos, participando de negócios em empresas, por exemplo, mas também abrange os investidores que participam do mercado nacional por meio da bolsa de valores.

“O guia reúne informações sobre tributação e sobre a economia nacional, para que o investidor consiga ter uma melhor compreensão de como funciona o mercado”, afirma o sócio da KPMG no Brasil, Augusto Sales.

Atratividade do Brasil
De acordo com Sales, o Brasil é um país bastante atrativo para os investidores internacionais. O crescimento da economia e o aumento do poder de compra da população são alguns dos fatores que levam os estrangeiros a se interessarem pelo país.

“Estamos vivendo um momento de bônus demográfico – quando a quantidade de pessoas economicamente ativas supera aquelas que são economicamente dependentes – e isso faz com que o Brasil seja muito atrativo”, afirma Sales.